Mesmo assim o socialista Tito Guilherme Evangelista e Sá não deixa de tecer críticas a um documento que diz ser “tipo” elaborado pelo presidente da Câmara de Esposende.
“É uma espécie de contrato de adesão, ou formulário tipo, já pré feita, onde se colocam nos espaços em branco os nomes, números e outros dados das uniões de freguesias, engrossando o número de páginas com cópia de atas de reuniões de 9 e 10 anos, fotocópias de legislação, enfim uma proposta de peso e a peso, com tudo aquilo que pudesse dar um dossiê grosso”, refere o jovem socialista, recentemente eleito presidente da concelhia do PS de Esposende.
Para Tito Guilherme o critério essencial para a separação das Freguesias é o grave prejuízo causado às populações pela desgraçada união, feita pela chamada “Lei Relvas” do governo PSD/CDS.
“Esse critério do grave prejuízo, sentimo-lo nós na pele todo os dias. Por isso mesmo, apesar de tudo aquilo que referimos, e que manifestamente não concordamos, votamos a favor da proposta apresentada, não porque seja a melhor, não porque seja melhor que a anterior, não porque tenha sido feita como entendemos que devia ter sido, mas porque o interesse superior da separação das freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra é maior de que a vontade do presidente da Câmara de se imiscuir naquilo que não lhe diz respeito e de boicotar um processo, exclusivamente das freguesias, que por vontade dos eleitos nesta Assembleia já devia estar concluído há seis meses”, destacou.
Recorde que o processo havia aprovado proposta que foi subscrita por todos os membros da assembleia, tendo sido remetida para parecer à Junta de Freguesia e aprovada por unanimidade em Assembleia de Freguesia, mas que acabou por esbarrar na Assembleia Municipal (AM).
A Câmara Municipal decidiu aprovar a proposta, depois de pedido parecer da AM mas referiu que a mesma deveria ser melhorada sem especificar em quê.
“Remeteu à Assembleia Municipal, que em vez de aprovar a nossa proposta, em sessão realizada em 28 de abril de 2022, que ficará para a história como um dos momentos mais negros da história democrática deste concelho, resolveu fazendo a vontade ao presidente da câmara, devolver a proposta da nossa autoria e que tínhamos aprovado por unanimidade, à senhora Presidente da Assembleia de Freguesia sem especificar em que é que devia ser melhorada, tendo demorado meses a engendrar a proposta que hoje foi a votação”, lembra Tito Guilherme.