Durante a sessão, várias intervenções foram feitas sobre as questões que afetam a qualidade de vida dos moradores, como os problemas de mobilidade, a quase inexistente agenda cultural da freguesia, a acessibilidade e qualidade dos serviços de apoio à praia, o património e as questões do ambiente nomeadamente, associadas à pressão de construção sobre duna primária e secundária, e a usurpação de espaços público”.
Relativamente à MOBILIDADE abordou-se “o mau estado do pavimento de algumas ruas”, com especial relevância da rua Prior António Nogueira, “a inexistência de passeios ou a existência de passeios em mau estado, estreitos e com rampas inadequadas, sendo dado como exemplo a avenida S. Januário”.
“Um dos intervenientes alertou para a necessidade de alterar a orientação dos bueiros. As caixas de escoamento de águas pluviais na Avenida da praia e ponte tal como se encontram podem provocar acidentes aos ciclistas por travagem repentina do andamento. A iluminação insuficiente das ruas foi também referida como um problema à mobilidade noturna”, deu nota a CDU.
No que diz respeito às questões AMBIENTAIS, os participantes manifestaram preocupação com o funcionamento da ETAR.
Foi abordado o problema das descargas de resíduos da mesma que têm causado a deposição de lamas no leito do rio Cávado: “cumprir as regras de tratamento dos resíduos, tem custos para a empresa, mas as descargas tal como acontecem têm custos para todos nós”.
Foi, também, destacada a falta de estratégia para preparar a implementação dos normativos, previstos para 2014, sobre a separação de lixos: “Que soluções são apontadas para a separação do lixo orgânico?, O Parque da Cidade contempla aspetos relativos à compostagem?, Aumentar a taxa de resíduos sólidos na ordem dos 63% na faturação da água, é muito penalizante para o consumidor?, Há falta de informação sobre a possibilidade de tratamento dos lixos”, foram as questões.
Ainda, sobre a RECOLHA DE LIXO, um participante chamou a atenção para o facto da empresa SUMA “não ter em conta as caraterísticas de perfilhamento das ruas de Fão e serem usadas viaturas de recolha de lixo de dimensões não compatíveis com a largura das ruas pitorescas”.
Além dos aspetos anteriores, foi relatada a USURPAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS, o que tem gerado “desconforto e incómodo” para os moradores da freguesia.
Surgiram as seguintes questões: “Se as margens dos rios são públicas como podem vedá-las, como acontece na zona do Clube Náutico de Fão?” ou “Como podem ter vedado o espaço Comissão Concelhia de Esposende envolvente às torres do Ofir, criando condomínios fechados, usando espaços públicos e o mesmo, relativamente ao espaço de estacionamento do Hotel do Ofir? O que já fez a Junta para esclarecer este problema?”
A PRAIA foi mote para várias intervenções. “Foi referido por mais do que um interveniente o mau funcionamento dos sanitários de apoio à praia”, destaca a CDU.
A higienização e horário de funcionamento dos sanitários deveriam ser uma preocupação para o poder autárquico.
Também, a dificuldade de ESTACIONAMENTO gerou discussão. ”
Os autocarros de transporte de crianças deveriam conseguir entrar no Parque de Estacionamento, bem como, serem criados espaços de estacionamento mais amplos, sem prejuízo do pinhal, ou seja, em zonas fora da duna primária e secundária e encontrarem-se formas alternativas de ligação à praia, com vaivéns regulares e frequentes”, falou-se no local.
Também, o estado de degradação dos PASSADIÇOS ao longo do Rio Cávado, bem como a degradação dos painéis informativos, gerou o debate acerca da cogestão do Município do Parque Natural Litoral Norte, do qual dependem.
Pensando sobre os serviços de lazer e saúde foi afirmada a insuficiente política social: “o enorme aumento dos preços de utilização das piscinas de Esposende vedou o acesso a muitos fangueiros. Não deveria de haver uma política de apoio da autarquia?” Falou-se, também, no não incentivo ao trabalho de voluntariado para a preservação e criação de espaços verdes: “Como se explica que sejam plantadas árvores por Associações de âmbito ambiental que posteriormente são destruídas?”.
“A poda radical de árvores, a seleção de árvores para determinados locais onde posteriormente se verifica a necessidade do seu abate ou o uso abusivo de herbicidas são aspetos que não podem acontecer numa política de preservação ambiental que fica bonito defender”, destacou-se, sendo que este último aspeto, mereceu uma discussão em torno da necessidade de uma educação ambiental que contrarie práticas muito enraizadas na comunidade.
A ausência de uma AGENDA CULTURAL específica da freguesia, não dependente da municipal foi apontado como “uma prioridade”.
“Sendo Fão uma terra que acolhe tantas pessoas, principalmente na época balnear, merecia uma agenda de atividades que enaltecessem a terra e o bem-estar das pessoas”, frisou-se.
Por último foram apontados alguns problemas pontuais que MERECIAM ATENÇÃO DA JUNTA para intervir, tais como o estado de degradação da Pousada da Juventude.
“Sendo este espaço um cartão emblemático da freguesia, como se pode deixar chegar o edifício ao estado de degradação atual? Ttínhamos uma caixa de multibanco (ATM) que se perdeu, o que foi feito para a recuperar?, o campo de jogos ‘ringue’ do Centro Paroquial de Fão, contíguo à Estrada Nacional 13, está em muito mau estado de conservação. As crianças que lá brincam não merecem melhor”, destacou-se.
Outra situação apontada “à ineficácia da Junta” foi a necrópole que segundo os fangueiros “está completamente abandonada”.
“Os turistas que pretendam conhecê-la não dispõem de informação para lá chegarem. Será porque o seu estado de manutenção é vergonhoso e é melhor não darem com ela?”, questionam.
No âmbito das propostas foram apontadas coisas óbvias que a Junta e Câmara não conseguem ver. Tais como “criar um espaço digital para os fangueiros poderem alertar para problemas identificados evitando que estes se arrastarem e as soluções não surjam”, assim como “fazer a história da nossa terra a partir de depoimentos dos mais idosos e da sua sabedoria”.
“A política de apoio social a idosos combatendo os inacessíveis preços, para muitos, dos Centro de Dia e outros equipamentos, desenvolvimento de uma educação para a leitura, permitindo o acesso aos livros através de bibliotecas itinerantes, à semelhança do que acontece com as escolas e a visita regular da carrinha com livros”, foram algumas das ideias faladas no local.
“A CDU comprometeu-se a dar seguimento às questões levantadas, com vista a encontrar soluções e implementar medidas que possam contribuir para viver melhor na nossa terra”, frisam os comunistas.