No antigamente, as pessoas juntavam-se na rua para cantar e dançar, em jeito de convívio no contexto rural, agora, esse convívio é feito através do telemóvel ou do computador, por meio de mensagens e das redes sociais.
Estas novas distrações, ocupam por completo os tempos livres da maioria dos jovens, impossibilitando a sua integração nos grupos culturais populares das suas terras, particularmente, nos grupos de folclore.
O folclore transmite história, sabedoria popular e os usos e costumes dos nossos antepassados, valores estes que devem ser preservados e transmitidos de geração em geração. A própria cultura popular musical é património que reflete a expressão social, histórica e política de uma determinada região, no passado.
Urge, por isso, cativar os jovens para manterem vivas as tradições, cabendo às entidades responsáveis pela cultura promover a integração das novas gerações na vivência destas tradições.
O intercâmbio com outras culturas, aprender a tocar um instrumento, as amizades que se vão construindo, vestir um traje à antiga, divulgar a tradição da sua terra e o convívio proporcionado em ensaios, atuações e diversos festivais de folclore. Tudo isto são aspetos muito positivos e favoráveis para a formação das gerações mais novas.
Deixo, assim, um apelo à materialização do passado, como forma de impedir o seu esquecimento e esmorecimento nas gerações futuras, para que não desapareçam os grupos folclóricos, os cantares das Janeiras, as recriações de desfolhadas e malhadas e os cortejos etnográficos.