Segundo a participação dos associados, essa venda é muito suspeita, já que o imóvel foi uma doação feita ao Lar do Comércio há uns anos, e a certidão predial indica que foi por usucapião.
Além disso, o registo foi feito em Coimbra, o que é considerado estranho pelos denunciantes.
Os associados também afirmam que o prédio de quatro andares em questão não integra a lista de prédios cuja alienação foi autorizada em Assembleia-geral de 25 de setembro de 2021, ao contrário do que indica o edital publicado a 24 de fevereiro no Jornal de Notícias.
Nesse edital, a Instituição de Solidariedade Social (IPSS) comunicava a intenção de venda de património da instituição avaliado em cerca de seis milhões de euros, em harmonia com a deliberação tomada em Assembleia-geral de setembro de 2021 e na reunião de Direção de setembro de 2022.
O grupo de sócios que apresentou a denúncia já tinha tentado travar a venda de um conjunto de 14 prédios avaliados em cerca de seis milhões de euros, situados em várias localidades do Porto e em Gondomar, através de uma providência cautelar que foi rejeitada.
Os autores dessa denúncia alegam que a autorização para alienação desses imóveis foi aprovada em Assembleia-geral de associados em setembro de 2021, mas que cerca de três mil associados foram excluídos de participar na decisão, o que consideram ilegal.
A primeira sessão de julgamento estava agendada para 07 de março, mas foi adiada devido à greve dos oficiais de justiça.