Associar as Jornadas ao futuro da Igreja é imprescindível uma vez que este mesmo futuro passa, necessariamente, pelos jovens.
Sem desculpar os injustificados factos que nos últimos tempos vieram a público – e bem – e que, consequentemente, afetaram a credibilidade e imagem da Igreja em Portugal, não podemos descartar o papel importante que esta desempenhou e atualmente desempenha no desenvolvimento da nossa Sociedade.
Refiro-me, naturalmente, ao papel desempenhado pela Igreja na área social, em especial para com aqueles que são os mais desfavorecidos e mais frágeis. Ora, é atendendo a esta importância e ao papel mais do que relevante que a Igreja desempenha, que importa olhar atentamente para os jovens uma vez que estes são sinónimo de “futuro”.
Neste sentido, se queremos mais jovens a participarem e a serem atores decisórios, a Igreja tem, necessariamente, de se adaptar, nomeadamente, ao nível da linguagem.
A Igreja não conseguirá cativar jovens se não conseguir passar a sua Mensagem.
Não importa estar escrito nos livros que o Amor, a Fraternidade e o Serviço foram bandeiras deixadas por Cristo quando, no século XXI, continuamos a falar como se estivéssemos no século XX. É verdade que já estivemos pior, mas ainda temos muito caminho a trilhar. As mudanças, atualmente, dão-se a uma velocidade que não é a mesma do passado, cabendo à Igreja acompanhá-la sob pena de ficar para trás.
Se hoje temos menos jovens a quererem partilhar o espírito de alegria que carateriza (ou deveria caraterizar) a vivência da Igreja é porque temos altos responsáveis que não sabem falar para o futuro: não sabem, no fundo, comunicar. E quando falo de altos responsáveis refiro-me a todos os que desempenham funções, passando pelos Senhores Bispos e acabando nos leigos.
Todos somos (ou deveríamos ser) Igreja, assumindo cada um uma quota-parte de responsabilidade na forma e na maneira pela qual passamos a Mensagem aos mais jovens. E note-se que não é necessariamente preciso sabermos escrever muito bem ou estarmos todos conectados a uma rede social. Basta que a forma como comunicamos com os jovens seja clara e sem rodeios; seja direta e verdadeira; seja simples e acessível; e que, principalmente, exista uma correspondência entre as palavras e as ações da Igreja.
Tenho a certeza que terá de ser assim, pois o futuro da igreja passa, necessariamente, pelos jovens.