“Desde a madrugada de hoje, em especial a partir das 04h00, diversas ambulâncias ficaram retidas na urgência do hospital de Braga por falta de macas”, denuncia um comandante, que referiu ainda que “escreveu no livro de reclamações a reportar a situação”
O atraso será de várias horas, levando a que alguns bombeiros passassem grande parte do turno no hospital aguardando a disponibilidade de macas.
A Liga dos Bombeiros Portugueses também alertou para este problema, o que levou António Nunes a propor à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde que as corporações faturem aos hospitais as horas que ficam à porta das urgências à espera da devolução das macas.
“O problema é recorrente em várias urgências do país. Enquanto aguardam, os meios ficam inoperacionais para o socorro e as dificuldades na resposta de emergência agravam-se”, afirma.
O INEM reconhece o problema e o impacto na atividade, embora não seja capaz de o caracterizar.
Hospital de Braga refere afluência fora do comum desde o natal
Paula Vaz Marques, diretora clínica do Hospital de Braga, reconhece o problema das “macas retidas”.
“O que se tem notado é que desde natal tem havido um aumento da afluência”, frisa Paula Vaz Marques.
“Passamos dos 550 por dia para os 700. Aumento da afluência limita a situação da urgência que está dimensionada para uma capacidade. Só ontem 55% das pessoas que recorreram às urgências tiveram pulseira laranja ou vermelha. Em poucas horas recebemos 400 doentes”, destacou a diretora clínica do Hospital de Braga, admitindo que esta situação levou à retenção de macas.
Paula Vaz Marques dá nota ainda de outro problema, que solucionado, ajudaria nas urgência.
“Muitos doentes não foram referenciados, o que pode estar contribuir para a sobrecarga nas urgências. 35% de doentes têm pulseira de cor verde ou azul. Teoricamente, deveriam ser atendidos em centros de saúde, não em urgências hospitalares”, disse ao E24.
O Hospital de Braga está também a dar resposta a doentes encaminhados de outros hospitais, algo que também poderá a complicar a situação na urgência.
No entanto a diretora clínica do Hospital de Braga frisou que a situação “está neste momento estável”.