Os quatro vice-presidentes do Parlamento foram eleitos à primeira tentativa, num desfecho contrastante com o ocorrido na eleição do presidente da Assembleia.
Teresa Morais (PSD), Marcos Perestrello (PS), Diogo Pacheco de Amorim (Chega) e Rodrigo Saraiva (IL) ocuparão agora essas posições de destaque.
Há apenas dois anos, candidatos do Chega e da IL não conseguiram o apoio parlamentar necessário para assumir esses cargos no parlamento.
Para alcançarem a eleição, os indicados pelos principais partidos precisavam garantir pelo menos 116 votos, correspondendo à maioria absoluta. Este requisito complicou a eleição de José Pedro Aguiar-Branco como presidente da Assembleia, sendo o impasse resolvido apenas quando o PS se aliou aos votos do PSD e da IL.
Marcos Perestrello, do Partido Socialista, foi o vice-presidente mais votado, com 169 votos a favor, 57 brancos e um nulo. Teresa Morais obteve 140 votos a favor, 86 brancos e também um nulo.
Rodrigo Saraiva recebeu 144 votos favoráveis, 82 brancos e um nulo. Por fim, Pacheco de Amorim alcançou 129 votos a favor, além de 82 brancos e um nulo.
Estes novos vice-presidentes estarão encarregados de auxiliar Aguiar Branco nas suas funções e, quando necessário, substituí-lo na condução dos trabalhos parlamentares.
No parlamento Pacheco de Amorim é o nome que mais tem suscitado polémica entre os recém-eleitos. Com 75 anos, o político teve uma militância jovem no Movimento Democrático de Libertação de Portugal, sendo suspeito de envolvimento em vários atentados bombistas contra partidos de esquerda durante os anos 70, resultando na morte de um padre e uma estudante.
Anteriormente, o deputado do Chega passou pelo CDS e pela Nova Democracia. É reconhecido como um dos principais ideólogos do partido de André Ventura, tendo contribuído significativamente para a elaboração dos seus programas políticos, o que refletiu na ascensão do partido nas últimas eleições legislativas.