Fenómeno natural tem surpreendido os banhistas das praias do Norte e Centro de Portugal, com uma profusão de exemplares de veleiros (Velella velella) arrojando nas areias. Esposende e Viana também.
O mais recente relatório do observatório de organismos gelatinosos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou uma intensificação desses avistamentos nas praias minhotas, em particular em Esposende e Viana do Castelo.
Nos últimos dias, múltiplos organismos gelatinosos foram observados nas praias do norte de Viana do Castelo e Cabedelo, bem como nas praias Suave Mar, Rio Moinhos, Cepães e Apúlia, em Esposende.
Este fenómeno não é novo, tendo alguns exemplares sido avistados já na primeira quinzena de março, com o último registo de veleiros datado de janeiro, em Ofir, Esposende.
O projeto GelAvista do IPMA esclarece que o arrojamento massivo destes organismos é típico desta época do ano, com a chegada de abril marcando um aumento na quantidade.
O último grande “bloom” ocorreu em 2019, incluindo também caravelas-portuguesas, mais perigosas que os veleiros.
Apesar de serem ligeiramente urticantes, os veleiros não representam um perigo significativo para os banhistas, segundo o projeto GelAvista.
No entanto, é desaconselhado o contato com seus tentáculos. O aparecimento desses hidrozoários é comum na costa do Minho e em várias partes do mundo.
A Velella velella é caracterizada por uma câmara de flutuação azulada, lembrando um veleiro, e pode atingir até sete centímetros de comprimento.
Apesar de não ter histórico de causar problemas de saúde, os veleiros podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis. Diferentemente das caravelas-portuguesas, que são altamente tóxicas e podem causar graves queimaduras com seus tentáculos de até 30 metros, os veleiros são menos perigosos.
O IPMA alerta para a distinção entre as duas espécies, destacando as características que as diferenciam: enquanto os veleiros têm tentáculos curtos e flutuam em forma de vela triangular, as caravelas-portuguesas possuem tentáculos longos e são mais perigosas para os banhistas.
Recomendação
Se manusear este organismo gelatinoso não é aconselhável tocar na face ou nos olhos. Em caso de avistamento na costa portuguesa , os cidadãos podem comunicar a localização para o seguinte email: .