Na sequência do incêndio que afetou a zona industrial de Albergaria-a-Velha, Manuel Gomes Pereira, colaborador na fábrica Bimbo e dirigente do Bloco de Esquerda de Esposende, partilhou a experiência que teve, destacando o impacto das chamas e as dificuldades vividas durante o dia.
A área, que se encontra ladeada por eucaliptos e pinheiros, foi severamente atingida, o que causou cortes de estrada e atrasos nas operações.
De acordo com Manuel Pereira, o incêndio teve origem na proximidade da autoestrada A25, numa área florestal perto da fábrica onde trabalha.
A localização da zona industrial, próxima de importantes vias como a A1 e a A5, foi afetada pelo corte de estradas devido às chamas, obrigando os trabalhadores e residentes a procurar alternativas para aceder à região.
“Pessoas que vinham de Aveiro não conseguiam chegar ao destino”, disse Manuel Pereira, explicando que o tráfego na A1 foi interrompido, forçando motoristas a percorrer estradas nacionais e municipais.
“Tivemos de procurar outros caminhos e houve quem percorresse até 200 quilómetros num trajeto que normalmente seria de 15 quilómetros”, referiu.
O corte das estradas foi necessário devido à propagação rápida do incêndio, impulsionada pelos fortes ventos.
Durante o dia, Manuel Pereira e os colegas na fábrica esforçaram-se para garantir a segurança, regando o teto das instalações e os automóveis estacionados nas imediações, para evitar danos causados por cinzas e fagulhas.
“O incêndio chegou a cerca de 300 ou 400 metros das fábricas, mas, felizmente, nenhuma delas foi afetada diretamente”, afirmou.
A presença do quartel dos Bombeiros Voluntários de Albergaria na mesma zona industrial facilitou a resposta imediata ao fogo, ajudando a conter as chamas.
Segundo Manuel Pereira, os bombeiros adotaram uma estratégia de contenção, permitindo que o fogo avançasse até às estradas principais, onde foi combatido com sucesso.
Contudo, apesar do controlo progressivo do incêndio, o impacto nas infraestruturas de transporte foi severo.
“Para voltar ao Porto, tive de atravessar uma estrada municipal que parecia uma estrada de rally”, comentou Pereira, relatando as dificuldades enfrentadas por quem tentava regressar a casa.
O colaborador elogiou a atuação das forças de segurança e dos bombeiros, que conseguiram manter o incêndio sob controlo, apesar da rapidez com que as chamas se espalharam. “Em 20 minutos, tudo o que era pinhal em frente a mim desapareceu”, recordou, sublinhando a violência do fogo.
Com a situação estabilizada ao final da tarde, Manuel Pereira acredita que a rápida resposta das autoridades evitou danos maiores nas infraestruturas da zona industrial, embora o impacto tenha sido sentido ao longo do dia, com várias operações interrompidas e trabalhadores impedidos de aceder às suas instalações.