Luís Filipe da Silva, bombeiro voluntário da corporação das Taipas, subiu hoje ao Bom Jesus do Monte, em Braga, numa manifestação de superação e protesto.
Aos 48 anos, ele luta diariamente contra o Parkinson e a fibromialgia, condições que o forçam a caminhar com o auxílio de uma bengala, mas que não o impediram de enfrentar os 566 degraus deste monumento icónico.
Natural de Famalicão, mas a viver nas Taipas, Guimarães, Luís Filipe da Silva, o peso do equipamento de bombeiro e as exigências físicas são equivalentes “a uma maratona”.
“A profissão de bombeiro deveria ser considerada de desgaste rápido”, afirmou o bombeiro, referindo-se ao impacto físico e psicológico da carreira.
O diagnóstico de Parkinson e fibromialgia chegou em 2021, momento em que Luís percebeu que “o corpo não estava a responder como antes”.
Mesmo assim, decidiu participar nesta subida simbólica, organizada pela Associação Família da Elite, que junta mais de 1500 bombeiros.
Luís Filipe da Silva pretendeu, com esta iniciativa, chamar a atenção para a precariedade vivida por muitos bombeiros, que, segundo ele, são esquecidos, principalmente quando sofrem acidentes ou desenvolvem doenças que os impedem de continuar no ativo.
“É necessário que o Estado olhe para esta situação com urgência e implemente medidas de apoio adequadas”, defendeu.
A subida ao Bom Jesus, realizada tanto em protesto quanto em desafio pessoal, serviu de apelo à sociedade e às autoridades para darem mais atenção aos soldados da paz que enfrentam problemas de saúde decorrentes da profissão.