Os trabalhadores da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga iniciaram, hoje, uma greve em protesto contra o atraso no pagamento do subsídio de férias e outras irregularidades laborais.
A paralisação foi convocada pela Cesminho – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho, como forma de pressionar a direção da instituição a responder às suas reivindicações.
Entre as principais queixas estão o atraso no pagamento do subsídio de férias, dúvidas sobre o pagamento do subsídio de Natal e a ausência de diálogo com a direção.
Sónia Ribeiro, representante sindical da Cesminho, afirmou que a situação dos trabalhadores tem-se agravado.
“Há trabalhadores que deixaram de receber os valores que vinham sendo pagos em duodécimos, mas continuam sem receber os subsídios a que têm direito”, sublinhou.
Além disso, há cerca de quatro meses que os pedidos de reunião com a direção têm sido ignorados.
“A instituição já indicou que possivelmente não haverá verbas para o subsídio de Natal. Também há retroativos da Convenção Coletiva que não foram pagos a todos os trabalhadores e salários reduzidos de forma arbitrária”, denunciou a sindicalista.
Outro ponto de discórdia é o tratamento desigual entre os trabalhadores sindicalizados em diferentes sindicatos e a falta de apoio a funcionários com problemas de saúde. Em alguns casos, estes trabalhadores não recebem o subsídio de alimentação devido à ausência de resposta da direção.
A tensão agravou-se com a ausência da direção da APPACDM de uma reunião marcada para 6 de novembro, mediada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
A instituição comunicou a sua ausência apenas 30 minutos antes do encontro, aumentando o descontentamento dos trabalhadores.
A greve incluiu uma concentração em frente à sede da APPACDM, em Gualtar, como forma de demonstrar o descontentamento dos funcionários.
De acordo com o sindicato, alguns complexos da instituição poderão encerrar temporariamente, afetando o atendimento aos utentes.
A APPACDM de Braga opera três lares residenciais e seis Centros de Atividades para a Capacitação e Inclusão, distribuídos entre Braga, Vila Verde, Esposende e Famalicão. Apesar das tentativas de contacto, a direção não respondeu aos pedidos de esclarecimento.
Os trabalhadores exigem soluções imediatas, sublinhando que não tolerarão mais indiferença da direção. Direção esta eleita há um ano e também com tons de polémica à mistura e troca de acusações, como desvios de dinheiro. Aliás, o ato eleitoral foi polémico, com a presença da GNR no local em Assembleia Geral no dia 20 de janeiro deste ano. Mais tarde, a nova e atual direção cancelam salários de março.
Novembro “quente”
O E24 teve acesso a troca de mail´s e documentação entre pais, conselho fiscal, direção. e Mesa da Assembleia Geral da APPACDM de Braga. O E24 tentou ter reações durante o processo, mas sem sucesso.
A 7 de novembro é mandado à Mesa da Assembleia Geral da APPACDM um pedido de destituição.
O documento do pedido de destituição é claro e pode ser consultado aqui.
Mais tarde é questionada a direção sobre movimentos de dinheiros da APPACDM de Braga.
Ao E24, neste mail, foi entregue um documento com uma nota dos valores em débito da APPACDM de Braga ver aqui.
A 13 de novembro a direção da APPACDM de Braga escreve aos pais.
Noronha Fernandes, mandatário dos pais, volta a recordar à direção pedido do dia 7 de novembro a 24 de novembro
A 26 de novembro é ainda enviado outro mail à direção por grupo de pais pedindo mais esclarecimentos.