A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai avançar para a “não realização de altas hospitalares” de 10 a 12 de fevereiro caso o Governo e Ministério da Saúde não chegue a entendimento de algumas reivindicações dos “soldados da paz”.
Segundo nota enviada ao E24, o Conselho Nacional da LBP esteve reunido em Anadia e aprovou por unanimidade um conjunto de medidas de ação destinadas a pressionar o Governo e o Ministério da Saúde.
“Os Bombeiros alertam que, se não for alcançado um entendimento com o Ministério da Saúde sobre o acordo de cooperação com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a atualização do protocolo para transporte de doentes não urgentes em Ambulâncias de Transporte Múltiplo (ABTM) ou Diferenciado (ABTD), as altas hospitalares não serão realizadas nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro de 2024″, lê-se na nota de imprensa.
Além disso, a LBP colocou o Governo em alerta sobre outras questões pendentes, como o subfinanciamento crónico das associações de bombeiros, a inexistência de uma carreira e estatuto remuneratório adequados, a necessidade de atualização dos seguros, e a implementação de um comando nacional de bombeiros.
Caso as reivindicações continuem sem resposta, os Bombeiros prometem intensificar os protestos.
“Está prevista uma concentração de viaturas na Área Metropolitana de Lisboa no dia 9 de março de 2025, que será seguida por um desfile pelas ruas da capital, culminando na entrega de um documento de exigências na sede do Governo”, destacam.
A posição da Liga dos Bombeiros Portugueses em relação às altas hospitalares parece carecer de fundamentação clara, considerando que a maioria dos hospitais públicos já recorre a empresas privadas para o transporte de doentes.
Embora seja legítimo e necessário que os bombeiros lutem por melhores condições de trabalho e reconhecimento, especialmente os voluntários, que são frequentemente negligenciados pelos sucessivos governos, a estratégia de “ameaça” relacionada às altas hospitalares pode revelar-se ineficaz e até contraproducente.
Em vez de fortalecer a sua causa, tal abordagem corre o risco de desviar a atenção das suas reais necessidades e enfraquecer a sua posição junto da opinião pública.
A luta pelos direitos e condições dos bombeiros é justa, mas deve ser conduzida com uma estratégia bem fundamentada, focada no diálogo e na apresentação de soluções concretas para as suas reivindicações, evitando medidas que possam ser vistas como “tiros nos pés”.