O diretor dos Serviços de Informações de Segurança (SIS), o esposendense Adélio Neiva da Cruz, revelou que “há ataques provenientes de atores estatais que têm por objetivo a soberania de Portugal”, com o intuito de “recolher informação confidencial”.
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As declarações foram feitas durante a conferência “Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal”, organizada pela Ordem dos Economistas e a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, na Fundação Oriente, em Lisboa.
Adélio Neiva da Cruz, natural de Esposende da freguesia de Antas, destacou que, além de monitorizar ameaças, o SIS desenvolve “programas de sensibilização” para mitigar os riscos cibernéticos. “Até novembro de 2024, já realizámos mais de 400 ações em termos nacionais”, apontou o responsável.
Bruxelas e o excesso de regulação
No mesmo painel, o eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE), Helder Sousa da Silva, criticou o que considera ser um excesso de regulação por parte da União Europeia.
“Bruxelas regula em excesso. Não devemos exigir mais do que aquilo que está previsto na diretiva NIS”, referiu, apelando à ponderação na aplicação das medidas.
A diretiva NIS 2, que substitui a anterior, tem como objetivo assegurar um elevado nível comum de cibersegurança em toda a União Europeia, impondo novas obrigações às entidades públicas e privadas.
Abastecimento de água em risco
Outro participante, Rui Lourenço, vogal do conselho de administração da Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), alertou para os riscos que um ataque cibernético pode representar para os serviços essenciais. “Um ciberataque pode pôr em causa o abastecimento de água”, advertiu, destacando a importância de reforçar a segurança no setor.