O presidente da Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, pediu hoje em Viana do Castelo «mais rapidez e menos burocracia no acesso aos fundos do Portugal 2030», classificando de «absolutamente lamentável» a taxa de execução do quadro comunitário em curso.
«O Portugal 2020 tem uma taxa de execução de 45%. É absolutamente lamentável, incrível chegarmos a 2020 com esta taxa, não termos conseguido usar o dinheiro que nos foi atribuído. Isto dá que pensar. Já devíamos ter aprendido com todos os programas que tivemos anteriormente», afirmou em declarações à imprensa.
A discursar no âmbito da apresentação pública do projeto Alto Minho 4.0, Luís Ribeiro frisou que «a burocracia é tal, o incumprimento por parte de quem gere os programas é tal, que os empresários acabam por desistir, recorrendo à banca».
«Numa altura em que já se fala do Portugal 2030 e com a experiência que recolhemos dos programas anteriores era bom que se aprendesse e melhorasse para o futuro», disse na presença de mais de 60 empresas e instituições públicas de todo o país.
«O Portugal 2020, mais uma vez, não foi um programa amigo das empresas. Além de ser demasiado burocrático, os processos são demasiado demorados, porque as empresas quando precisam de investir precisam naquele momento. As oportunidades de negócio aparecem quando têm de aparecer. Não aparecem quando um programa abre e fecha», referiu ainda o presidente da AEP.
Luís Ribeiro destacou ainda oAlto Minho como «exemplo no país, por ser a região mais exportadora, ultrapassando o desígnio nacional de 50% do Produto Interno Bruto (PIB)».
«O Alto Minho tem 53,7% do PIB. Exporta 30% mais do que importa, muito contribuindo para o equilíbrio das contas nacionais», vaticinou.