As autoridades investigam a possibilidade de o corpo de uma mulher encontrado na praia de Arnela, em Porto do Son, Espanha, pertencer a uma cidadã equatoriana desaparecida em Esposende, desde o dia 29 de dezembro.
O Instituto de Medicina Legal da Galiza (IMELGA) irá realizar a autópsia para esclarecer as circunstâncias da morte e confirmar a identidade da vítima.
Descoberta em Porto do Son
Na tarde de segunda-feira, dia 6 de janeiro, um residente local encontrou o corpo de uma mulher em estado avançado de decomposição, encalhado nas rochas da praia de Arnela.
A descoberta aconteceu por volta das 14h00, enquanto o morador passeava nos passadiços que contornam a praia, localizada ao lado de uma estrada costeira.
O cadáver, que aparenta ser de uma mulher entre 50 e 55 anos, apresentava sinais de exposição prolongada ao mar, incluindo hematomas e inchaços causados pela força das ondas.
A vítima tinha cabelo de comprimento médio e vestia roupas desportivas, mas estava com o dorso descoberto.
Investigações em curso
Até ao momento, não foram encontrados documentos ou objetos pessoais que permitam identificar a vítima. Agentes da Guardia Civil isolaram a área e mantiveram o corpo sob vigilância até a chegada da polícia judiciária e do médico legista, que realizaram o levantamento do cadáver.
O corpo foi posteriormente transportado para a morgue de Boqueixón, na província da Corunha, onde será submetido a uma autópsia.
O IMELGA vai realizar exames detalhados, incluindo a análise das impressões digitais, para tentar identificar a vítima e determinar a causa da morte.
A escolha da morgue, apesar de distante do local da descoberta, deve-se à sua gestão especializada em casos de cadáveres não identificados.
Ligação com desaparecimento em Esposende
As autoridades acreditam que o corpo encontrado em Porto do Son pode pertencer a uma mulher equatoriana desaparecida em Esposende, no distrito de Braga, no dia 29 de dezembro.
A descrição física e as roupas da vítima coincidem com as informações conhecidas sobre a mulher desaparecida.
Priscila (Pridarliavit) Montalvo Roque, de 50 anos, está desaparecida desde a noite de 29 de dezembro, quando foi vista pela última vez por volta das 19h00.
“Vestia leggings pretas com um calção azul por cima, t-shirt preta, casaco preto e sapatilhas brancas”, referiram amigos e familiares da mulher de nacionalidade equatoriana, mas com família em Barcelona, Espanha, e que residia em Esposende de agosto de 2019.
Segundo os investigadores, as correntes marítimas entre Portugal e a Galiza tornam plausível que corpos ou objetos sejam transportados a longas distâncias ao longo da costa.
Esta teoria é reforçada por casos anteriores, como o trágico acidente de um autocarro em Portugal no início dos anos 2000, que resultou na chegada de corpos à Costa da Morte, a centenas de quilómetros do local do acidente.
Comunidade em suspense
A notícia abalou tanto a comunidade de Esposende quanto os habitantes de Porto do Son. Amigos e familiares da mulher desaparecida aguardam com ansiedade os resultados da autópsia, que poderão confirmar a identidade da vítima e trazer respostas para um caso envolto em mistério.
Enquanto isso, a Guardia Civil e as autoridades portuguesas continuam a colaborar para reconstruir os últimos movimentos da mulher desaparecida.
A possibilidade de crime ainda não foi descartada, mas as condições do corpo e os hematomas observados podem ser atribuídos ao impacto do mar e das rochas.
Nos próximos dias, os resultados da autópsia serão cruciais para determinar se este caso é mais um exemplo das forças implacáveis do oceano ou se há fatores humanos envolvidos na tragédia.
Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha de perto, sensibilizada pelo drama humano que une duas regiões separadas pelo Atlântico.