O PSD de Esposende manifestou hoje “repúdio” pelo que considera ser “uma tentativa de instrumentalização da comunicação social para fins políticos”.
A estrutura social-democrata acusa os seus opositores de pretenderem confundir a população com informações que considera falsas.
Em causa está uma notícia de uma televisão que aponta para uma eventual ligação entre Benjamim Pereira, ex-presidente da Câmara Municipal de Esposende, e a contratação de serviços jurídicos pela Zendensino, uma cooperativa de ensino da qual o município é um dos cooperadores.
O PSD nega categoricamente qualquer envolvimento de Benjamim Pereira na celebração dos contratos de assessoria jurídica com a sociedade de advogados SP&M, firmados em 2018 e 2020, assim como nos contratos posteriores, assinados em 2022 e 2023, com advogados sediados em Esposende.
Autonomia da Zendensino
Segundo o PSD, a Zendensino é uma cooperativa independente, na qual a Câmara Municipal detém uma participação de 49%, a Alfacoop e cooperantes particulares.
“Os contratos foram celebrados pelo Conselho de Administração da cooperativa, entidade responsável pelas decisões de gestão, sem qualquer intervenção da Assembleia Geral, onde Benjamim Pereira exercia apenas a função de presidente por inerência do cargo autárquico”, afirma ao PSD.
O partido destaca que a escolha do advogado Paulo Sousa Pinheiro foi baseada “na sua competência e especialização em direito do trabalho, sendo um profissional respeitado e procurado tanto por entidades públicas como privadas para prestar serviços na área jurídica”.
Deste modo, os sociais-democratas consideram que as acusações contra Benjamim Pereira têm motivação “meramente política e são reflexo do atual contexto político local”.
O partido lamenta ainda aquilo que considera ser “uma estratégia de desinformação e insinuação para denegrir a imagem dos seus autarcas”.
Bloco de Esquerda exige explicações
Por outro lado, o Bloco de Esquerda de Esposende, através de Manuel Pereira, considera que são necessários esclarecimentos públicos por parte da Câmara de Esposende e da Zendensino.
O partido bloquista questiona as razões para a adjudicação de serviços jurídicos a empresas localizadas em Espinho, nomeadamente no valor de 31.900 euros à sociedade de advogados onde então pertencia o atual ao primeiro-Ministro Luís Montenegro. Segundo Manuel Pereira, “é essencial que sejam clarificadas as razões que levaram a estas adjudicações, uma vez que as empresas de Luís Montenegro têm estado sob escrutínio público tanto pelos montantes em causa como pela falta de transparência na divulgação da lista de clientes”.
O Bloco de Esquerda alerta para o facto de Benjamim Pereira ter sido recentemente nomeado para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e de essa nomeação se inserir num padrão de colocação de autarcas e ex-autarcas do PSD em cargos públicos.
A estrutura política local defende que a transparência deve ser prioridade e que a população de Esposende tem direito a respostas rápidas e esclarecedoras sobre as decisões financeiras da autarquia e das suas entidades associadas.
PS aponta ligações entre a Zendensino e Luís Montenegro
Já o Partido Socialista de Esposende pronunciou-se nas redes sociais, afirmando que “a Zendensino foi utilizada como financiador direto” do agora primeiro-Ministro. De acordo com a estrutura socialista, Benjamim Pereira terá sido nomeado pelo priemiro-Ministro para um cargo onde recebe o dobro do vencimento habitual, com a anuência de duas figuras de destaque do PSD local.
O PS considera que as informações reveladas até ao momento são graves e exigem uma averiguação cuidada, reiterando a necessidade de total transparência na relação entre entidades públicas e privadas.
O E24 contactou Joao Figueiredo, atual administrador da Zendensino, mas não teceu comentários sobre o assunto, até porque, como justificou, apenas está no cargo há oito meses.