A permanência do padre Carlos Lopes nas paróquias de Beiral do Lima, Gemieira, Santa Cruz e S. Martinho da Gandra, no concelho de Ponte de Lima, está a gerar tensão entre a comunidade e a Diocese de Viana do Castelo.
Em protesto contra a sua saída, os paroquianos ameaçam boicotar as próximas eleições autárquicas.
“Estamos muito indignados e revoltados com a postura da diocese. Depois de esgotada a via do diálogo, resta-nos recorrer a outras formas de luta”, declarou um grupo de fiéis liderado por José Ribeiro.
Entre as ações ponderadas estão o abandono de cargos em estruturas paroquiais, o encerramento de igrejas e a não participação nas celebrações.
Também está em curso um abaixo-assinado e já foi colocado um cartaz de apoio na rotunda do parque empresarial da Gemieira.
A Diocese, por sua vez, esclareceu que o padre Carlos pertence à Diocese de D´Aire et Dax, em França, tendo vindo para Portugal num regime temporário, com acordo entre os bispos das duas dioceses.
Apesar de inicialmente aceitar o serviço nas quatro paróquias, o padre Carlos manifestou dificuldades de adaptação e, em fevereiro de 2025, reiterou a sua intenção de sair, dizendo: “em consciência, e, claramente, não posso e não devo continuar aqui”.
João Lavrador, Bispo de Viana do Castelo, garantiu que sempre ofereceu apoio e compreensão, tendo comunicado a decisão ao bispo francês, D. Nicolas Souchu, que prontamente reassumiu a responsabilidade pastoral do sacerdote.
Apesar dos protestos locais, a Diocese sublinha que respeita a decisão do padre Carlos, reafirma o agradecimento pelo seu trabalho e apela à unidade da Igreja Diocesana.