Que policiamento de proximidade vamos querer em Esposende?
As imagens de 3 homens a assaltarem a Ourivesaria Chavães, e já a tentativa durante a noite, não são imagens que criem sentimentos de paz e de segurança na população, temos de ser claros.
São pessoas que nós conhecemos, lugares que frequentamos no dia-a-dia, sítios que pela proximidade diária nos cria dificuldades em imaginar que algo de
mau se possa desenrolar ali.
Também não gostei, também me senti consternado com aquela cena e imagino o que tenha sentido quem se viu involvido.
Mas falemos então da questão com alguma calma e cabeça fria sobre a criminalidade em Esposende: nunca foi zero!
Desde a vaga de carros roubados, aos problemas que vivemos em tempos em alguns estabelecimentos de diversão noturna, os apartamentos nas zonas balneares usados para fins ilícitos, assaltos a lojas (aconteceu mais um e registado em vídeo) às casas de 2ª habitação até às lanchas “voadoras”, sabemos então que nem tudo foram rosas e um mar calmo em Esposende, e também devemos ser frontais sobre a questão das ocorrências praticadas por emigrantes:irá aumentar.
Temos mais emigrantes em Portugal, porque precisamos da sua mão-de-obra, e vamos precisar de ainda mais emigrantes, logo, é natural que existam mais casos relacionados com emigrantes. É uma questão estatística, com mais pessoas de uma nacionalidade é natural que existam mais ocorrências com essa nacionalidade.
embram-se nos anos 90 quando todos os problemas de segurança de Portugal eram atribuídos aos emigrantes africanos e ucranianos? Eu lembro-me e sabemos que não eram eles o problema.
Mas estamos numa época em que estas situações de assalto têm cada vez mais visibilidade, rapidamente criam percepções de insegurança e que levantam questões como a prevenir e a pergunta é: que tipo de policiamento de proximidade temos de ter no concelho?
Há anos que ouvimos que o efetivo da GNR é insuficiente para as necessidades do concelho e de estar mais perto da população, para a sua extensão, resumindo a sua acção à reacção a situações, operações de fiscalização de trânsito. É isto verdade? Quais são os nossos rácios de pessoal para a àrea e população? Faltam meios? Precisamos de novos veículos, instalações?
Sabemos que no Verão assistimos a algum reforço mas durante o ano como estamos? Inversamente ao que ouvimos temos assistido a poucas declarações públicas do nosso commando no sentido de pedir mais reforços para Esposende, sabendo que é uma força militar, nos dias que correm é importante que o corpo da GNR também tenha uma voz oficial que nos mostre que esteja atenta ao sentimento da população e que estão a trabalhar nesse sentido.
Se existem necessidades que o nosso posto precisa de ver suprimidas, é necessário então que se façam ouvir do que se precisa para que tenhamos a resposta que muitos de nós esperam.
Sei que alguns falam da criação de uma Polícia Municipal, não é uma ideia que pense que seja completamente errada para um concelho como Esposende (Espinho está a avançar nesse sentido) mas também importa pensar que é uma força que sai diretamente do orçamento municipal, que num concelho como Esposende que maior parte do ano têm apenas 30.000 pessoas no território seria uma força policial que faria quase o mesmo que atualmente faz a GNR, então leva-me à pergunta feita pela minha camarada Ana Afonso: para quê duplicar o esforço e não focar o dinheiro em atrair mais GNR para Esposende?
Continuo a pensar que será a GNR a ser a nossa solução mais rápida e mais eficaz e com os meios correctos fará o seu policiamento de proximidade.
E depois, temos também de combater a criminalidade de uma forma indireta: repopular as freguesias.
Esposende é um concelho muito despido de pessoas durante grande parte do ano, e é conhecido e reconhecido que o isolamento é um fator potenciador de crime, mesmo no centro das freguesias, porque nos torna mais permeáveis a quem nos queira mal, e num concelho em que as pessoas estão isoladas, em ruas que muitas vezes se encontram com diversas casas sem habitantes, será sempre necessário um muito maior racio de efetivo por habitante para garantir o mesmo nível de policiamento de proximidade do que nas realidades mais densamente habitadas.
Não é algo novo.