No Bairro das Andorinhas, em Braga, a renda média mensal de uma casa atinge os 69,27 euros.
A dívida acumulada junto da BragaHabit, a entidade responsável pela gestão do parque habitacional da cidade, ascendeu a 817 mil euros, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Até ao momento, foram realizados 30 despejos.
De acordo com um estudo recente, quase metade dos moradores em habitações municipais de Braga não consegue cumprir os acordos estabelecidos com a BragaHabit para o pagamento de rendas em atraso.
A situação piorou em 2024, com a taxa de incumprimento a subir para 45%, comparativamente a 32% em 2023 e 31% em 2022.
Atualmente, são 103 inquilinos em incumprimento, sendo que a maioria (67) deve entre uma e três mensalidades. No entanto, há 29 famílias que enfrentam processos judiciais, acumulando dez ou mais rendas em falta.
Carlos Videira, administrador da BragaHabit, esclarece em declarações ao JN que o aumento da dívida se deve também à imputação de despesas de condomínio não pagas a 33 arrendatários, muitos dos quais desconheciam a sua responsabilidade.
Para evitar a judicialização e os custos associados, a empresa municipal assumiu temporariamente esses encargos, que serão posteriormente cobrados aos devedores.
Até ao final de 2024, foram instaurados 11 processos de execução fiscal contra incumpridores, e foram indicados 23 casos para despejo, sendo sete por ocupação abusiva e 16 por falta de pagamento. Desde 2022, já foram concretizados 30 despejos.
Apesar da crise, a taxa geral de cumprimento dos pagamentos nas 727 habitações sob gestão da BragaHabit melhorou, subindo para 83% em 2024, em comparação com 69% em 2023 e 54% em 2022.