Os resultados do Barómetro da Bicicleta de 2023 lançam luz sobre os hábitos de mobilidade dos portugueses e as possíveis mudanças que poderiam ser incentivadas.
Uma descoberta impressionante é que uma robusta rede de ciclovias poderia levar até 55% dos portugueses a adotar a bicicleta como meio de transporte nas cidades.
O Barómetro da Bicicleta, um inquérito anual disponível online entre 22 de setembro e 15 de novembro, oferece uma plataforma para os cidadãos expressarem suas razões para usar ou não usar a bicicleta em sua plenitude.
A recolha de dados é amplamente divulgada nas redes sociais e através de emails, garantindo uma amostra diversificada de participantes.
“Com este inquérito, pretende-se preencher lacunas deixadas pelos dados limitados dos Censos em termos de mobilidade, especialmente no que diz respeito aos modos ativos como caminhar e andar de bicicleta”, referem os promotores do inquérito.
Os resultados, agora disponíveis em www.barometrobicicleta.pt, fornecem uma visão abrangente das tendências de mobilidade no país.
Os dados foram coletados de 3545 inquéritos preenchidos, com uma amostra que reflete a diversidade da população portuguesa.
A maioria dos participantes tinha entre 45 e 49 anos e possuía algum nível de educação superior. Lisboa, Braga, Porto e Aveiro foram os distritos mais representados.
Quando se trata de deslocações diárias, os participantes relataram uma média de cerca de 13km, predominantemente feitos de carro. No entanto, mais de metade das pessoas indicou que deslocações de 5 a 20 minutos seriam feitas em bicicleta se houvesse infraestrutura adequada.
A bicicleta é atualmente utilizada como principal meio de transporte por apenas 16% dos inquiridos, mas 85% expressaram o desejo de usar mais a bicicleta para esse fim. A falta de infraestrutura segura, como ciclovias, é apontada como a principal razão para não usar a bicicleta com mais frequência.
Em média, os participantes pedalavam 19km quando usavam a bicicleta como meio de transporte e distâncias maiores para lazer e prática desportiva.
Notavelmente, os homens percorriam distâncias significativamente maiores do que as mulheres em todas as categorias de utilização.
Esses resultados destacam a necessidade urgente de investimento em infraestrutura ciclável para promover a mobilidade sustentável em Portugal.
Com uma rede de ciclovias adequada, mais portugueses poderiam adotar a bicicleta como uma opção viável de transporte, promovendo a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida nas cidades.