Braga continua a afirmar-se como uma referência nacional na valorização do património arqueológico.
A herança romana de Bracara Augusta está presente em cada recanto da cidade, e a forma como tem sido promovida e estudada torna Braga uma “cidade pioneira” nesta área.
No âmbito do Dia Internacional da Arqueologia, o E24 dá a conhecer os trabalhos dos estudantes de Arqueologia da Universidade do Minho (UMinho).
Este local, onde se destacam as ruínas das Termas Romanas e o Teatro Romano, funciona como uma verdadeira “estação escola”, proporcionando uma experiência prática marcante aos alunos.
Desde 1974 que a zona da Colina da Cividade tem sido alvo de escavações, e desde 2007 são os alunos que, com entusiasmo, mantêm vivo o estudo do Teatro Romano, identificado em 1999.
Este é o único teatro a céu aberto no Noroeste Peninsular, com 72 metros de diâmetro e capacidade para cerca de 4 mil espectadores.
Embora estivesse prevista a sua musealização para 2025, esta deverá atrasar-se.
Segundo Fernanda Magalhães, o foco municipal passa agora pela conclusão do projeto das Carvalheiras até fevereiro de 2026, após o qual será desenvolvido o plano para o Teatro Romano.
Outro locais a serem escavados
´As escavações, que decorrem durante o mês de julho em sete concelhos, permitem aos alunos desenvolver estágios práticos ao longo dos três anos da licenciatura, algo único a nível nacional.
Mais de uma centena de estudantes da Universidade do Minho (UMinho) está envolvida, em intensos trabalhos de campo em sete concelhos do país: Braga, Albergaria-a-Velha, Arcos de Valdevez, Leiria, Guimarães, Terras de Bouro e Vila Verde.
Estas escavações, integradas em estágios curriculares e extracurriculares, mobilizam alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento em Arqueologia, com o apoio do Departamento de História, do Instituto de Ciências Sociais, da Unidade de Arqueologia e do Lab2PT.
Albergaria-a-Velha acolhe escavações desde 2014 no monte de São Julião, com milhares de fragmentos de cerâmica e estruturas pré-históricas já identificadas. Uma exposição local e atividades com o público integram as ações deste ano.
Nos Arcos de Valdevez, a intervenção no Campo da Cancela analisa socalcos agrícolas, vestígios de sementes e estruturas do século XVII, num projeto que cruza arqueologia e arquitetura com apoio de redes internacionais como o Erasmus+ e Interreg.
Em Leiria, os alunos estreiam-se na Buraca da Moira, onde já foram encontrados milhares de vestígios humanos do Paleolítico e Neolítico. O projeto envolve universidades nacionais e internacionais.
A Citânia de Briteiros, em Guimarães, recebe trabalhos de conservação e escavação, enquanto em Terras de Bouro a atenção recai sobre a Geira Romana, com vestígios únicos da rede viária romana.
Já em Vila Verde, descobertas recentes no monte do Oural revelam uma mamoa de 5 mil anos e arte rupestre, impulsionando a valorização cultural e turística da região.
Estas intervenções demonstram o papel fundamental da UMinho na formação arqueológica prática e na preservação da memória coletiva.