A SIC Notícias avançou com a notícia e as investigações estão relacionadas com os negócios de exploração do lítio em Montalegre e do hidrogénio, e já resultaram na detenção do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e do consultor próximo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado.
Além das detenções mencionadas, a operação resultou na detenção do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, assim como de dois executivos de empresas relacionadas com os negócios em questão.
A ação abrangeu também casas de diversos ministros, incluindo o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, bem como do ex-Ministro das Infraestruturas, João Pedro Matos Fernandes.
A investigação em curso centra-se nos contratos de exploração de lítio e hidrogénio, com suspeitas de tráfico de influências e corrupção relacionadas com favorecimentos nesses contratos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia confirmado a existência desses negócios em janeiro deste ano.
Esta operação, altamente sensível devido à sua implicação em vários membros do Governo, está a ser conduzida por dois procuradores e foi meticulosamente planeada para evitar fugas de informação.
Diogo Lacerda Machado, conhecido como o “melhor amigo” de António Costa, é uma figura próxima do primeiro-ministro desde os tempos da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Lacerda Machado desempenhou papéis cruciais em várias negociações, incluindo a renacionalização da TAP, a resolução do caso dos lesados do BES e a disputa entre Isabel dos Santos e o Caixabank. Além disso, foi nomeado administrador não-executivo da TAP em 2017.
Vítor Escária, por sua vez, foi o principal assessor económico de José Sócrates entre 2005 e 2011.
Posteriormente, António Costa o trouxe de volta para assumir o mesmo cargo, mas Escária renunciou após o “Galpgate” e pagou uma multa. Contudo, manteve-se na esfera de influência de Costa, sendo nomeado chefe de gabinete do primeiro-ministro em agosto de 2020, cargo que ainda ocupa.
Esta operação em curso representa um desenvolvimento significativo e impactante na política portuguesa, à medida que as investigações sobre os negócios do lítio e do hidrogénio continuam a se desenrolar.