O Dia Internacional da Mulher representa uma luta histórica das mulheres por igualdade, direitos e reconhecimento em diversas áreas.
Embora saibamos que houve muitos avanços, a sub-representação feminina nos espaços de poder ainda é uma realidade, nomeadamente na política.
Em Portugal, a Lei da Paridade obriga os partidos políticos a incluir pelos menos 40% do sexo menos representado, que geralmente são as mulheres, nas listas de candidaturas para cargos políticos. Grande avanço que se concretizou em 2019! Seria mesmo necessário regular esta questão numa sociedade democrática do século XXI?
Infelizmente, se não fosse isso, nós, mulheres, seríamos retiradas completamente dos centros de poder e de decisão. Lembro-me bem de, nas últimas eleições autárquicas, ver cartazes de partidos políticos no concelho de Esposende com foto de 3 homens, quando, pela Lei da Paridade, nos três primeiros da lista, teria sempre de estar uma mulher! Foi eliminada!… Estejamos atentos nas próximas eleições autárquicas deste ano.
A participação das mulheres na política e na vida pública é uma questão de justiça, sim, mas acima de tudo uma necessidade para o desenvolvimento de uma sociedade mais representativa e equitativa.
Como é possível Portugal só ter tido uma primeira-ministra desde o início da nossa democracia? E por tão pouco tempo… E nunca tivemos uma Presidente da República, mesmo havendo sempre mulheres a candidatarem-se ao cargo. Continuamos numa sociedade tendencialmente machista, discriminatória, mesmo com tudo o que já alcançamos.
A luta é de todos. Os países e as sociedades não evoluem enquanto não houver o devido reconhecimento da Mulher enquanto ser capaz de liderar, de orientar, de contribuir para as decisões mais e menos importantes da vida das pessoas.
Utilizemos este dia para refletir e nos comprometermos com a igualdade, individualmente e enquanto grupo. Que um dia possamos dizer que não há discriminação de género em nenhuma área das nossas vidas. Parabéns a todas as mulheres!