Entre janeiro e maio deste ano, Portugal registou 49 mortes por afogamento, tornando 2025 o terceiro pior ano desde 2017, apenas atrás de 2024, com 58, e 2022, com 52.
Os dados foram divulgados pelo Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons), que anunciou a implementação de um programa de formação para prevenir novas tragédias.
Os números, que possuem uma taxa de exatidão de 97%, referem-se a mortes ocorridas em praias, rios, piscinas e outros espaços aquáticos. Entre as vítimas estão o pequeno Gabriel, de quatro anos, que se afogou num complexo de piscinas na Baixa da Banheira, e dois irmãos angolanos levados pelo mar em Pedrógão. A maioria das fatalidades ocorreu em rios e no mar, especialmente em locais não vigiados, com pessoas a praticar atividades de lazer.
Segundo Alexandre Tadeia, presidente da Fepons, a fraca educação sobre prevenção aquática em Portugal e o desconhecimento do meio por parte de estrangeiros contribuem para comportamentos de risco. O relatório do primeiro trimestre de 2023 indica que 64,3% das vítimas eram homens, e a maioria tinha entre 50 e 74 anos.
Para combater esta realidade, a Fepons está a implementar dois projetos de educação: cursos de segurança aquática abertos ao público e um programa educativo nas escolas, que será operacionalizado por associações de nadadores-salvadores. A formação de instrutores já está em andamento, e os cursos, com duração de 18 horas, começarão em breve.