Bruno Gonçalves, natural de Braga e atual eurodeputado, é figura central de uma acesa polémica interna no Partido Socialista. Candidato minhoto à JS, o jovem socialista apresentou a “moção em branco” e com um “código QR que dava para lado nenhum”.
O E24 falou com Pedro Gomes, presidente da comissão organizadora (COC) do XXIV Congresso Nacional da Juventude Socialista (JS), que confirmou o factos.
Aliás, esta é a primeira vez em 18 anos que a liderança da JS é disputada por dois candidatos: de um lado Bruno Gonçalves e do outro Sofia Pereira.
O clima de disputa entre os candidatos aquece, com o eurodeputado a tornar público “falta de transparência” e “falhas na organização do congresso”, acusando a COC de não disponibilizar informações fundamentais, como o acesso às listas de eleitores e o número de delegados que estarão presentes no congresso.
Bruno Gonçalves, próximo de Pedro Sousa que também disputa lugar em candidatura autárquica em Braga com Artur Feio, estende um rol de queixas como “omissões dificultam a organização das eleições de delegados”.
No entanto Pedro Gomes não entende a posição de Bruno Gonçalves, e não tem problemas em afirmar que estas “não têm fundamento e recorrem a mentiras e calúnias” para criar uma imagem de vitimização.
Pedro Gomes defendeu que a COC tem seguido rigorosamente os estatutos e regulamentos da JS.
Em relação ao acesso às listas de militantes, Pedro Gomes explicou que, de acordo com os estatutos, as listagens só podem ser facultadas após a entrega da Moção Global de Estratégia. Moção que Bruno Gonçalves até submeteu mas “em branco”.
“Apenas com um código QR que não dava”, afirmou Pedro Gomes ao E24.
Confronto aproxima-se do clímax no congresso de dezembro
O eurodeputado Bruno Gonçalves expressou ainda descontentamento com a falta de resposta por parte da COC a pedidos sobre o número de delegados ao congresso e a lista das estruturas concelhias ativas, elementos que considera essenciais para a preparação das eleições. Além disso, Gonçalves criticou a imposição de “procedimentos adicionais de verificação de identidade” aos militantes ligados à sua candidatura, sugerindo que estas medidas têm como objetivo inibir o livre exercício da militância.
Em resposta, Pedro Gomes clarificou que as concelhias da JS já têm acesso aos cadernos eleitorais e ao número de delegados a eleger. Pedro Gomes justificou ainda os pedidos de verificação de identidade como procedimentos de rotina para garantir a regularidade do processo eleitoral.
A eleição de dezembro promete ser histórica para a Juventude Socialista, após quase duas décadas de votações de lista única. Com o congresso agendado para os dias 13 a 15 de dezembro, o embate entre Bruno Gonçalves e Sofia Pereira define não só o novo líder da JS, como também a direção futura da organização.