A Polícia Judiciária investiga a morte de um idoso às mãos de um casal cuidador, ele de nacionalidade argelina com 38 anos e ela brasileira, no concelho de Esposende, na Vila de Apúlia.
Ao que tudo indica esta casa de acolhimento pode estar sob suspeita de outros crimes, pois os vizinhos relatam cenários de “gritos” parte dos acolhidos, entregues pela Segurança Social ao casal de cuidadores.
Aliás, na passada quinta-feira, e depois da Policia Judiciária ter confirmado que o idoso desaparecido a 11 de dezembro do ano passado tinha sido encontrado enterrado e cadáver no pinhal de Ofir, a Segurança Social deslocou-se à Praceta Manuel Rebelo para retirar três idosos que ainda se encontravam no apartamento.
Pagamentos com o cartão do desaparecido.
Em dezembro o cuidador argelino deu nota à GNR de Esposende do desaparecimento de António, idoso de 85 anos natural da Póvoa de Varzim.
O relato até podia ter tido fundamento, pois não era a primeira vez que o idoso fugia da casa do acolhimento para se hospedar em unidades hoteleira da Póvoa de Varzim.
No entanto o relato do desaparecimento acabou por levantar suspeita. Suspeita acentuada quando o cartão bancário do idoso dava sinal de vida em compras na cidade Braga. Compras efetuadas então pela brasileira companheira do argelino.
É aqui que a PJ entra em ação, levando então na passada quinta-feira à detenção do cuidador que terá elaborado um plano para se apropiar dos bens do idoso.
Vizinhos contam caixões
Ora, os vizinhos desta casa de acolhimento, autorizada e legal perante a Segurança Social, contam que eram muitos os mortos recolhidos ali pelos bombeiros.
“Nos últimos tempos contei uns seis num curto espaço de tempo”, afirma uma vizinha, que não tem dúvidas de maus tratos no interior da casa.
A verdade é que muitos dos idosos para ali encaminhados já estavam em fim de vida, muitos ligados a máquinas. No entanto a PJ investiga, de forma a apurar em que circunstâncias morreram os idosos.