A Sonae diz-se preocupada com a situação sobre o “Luanda Leaks”, isto depois de perceber que há revelações detalhadas de esquemas financeiros da empresária angolana Isabel dos Santos, nomeadamente devido às alusões feitas a administradores da NOS. Conheça aqui os documentos (ver).
Recorde que a NOS é controlada pela ZOPT, a qual tem como acionistas precisamente Isabel dos Santos e a Sonae.
Em comunicado a que o 24 teve acesso, o grupo diz «face às notícias veiculadas nos últimos dias em diversos órgãos de comunicação social sob a designação ‘Luanda Leaks’, a Sonae vem por este meio comunicar que está a acompanhar a situação com atenção e preocupação, sobretudo dadas as alusões feitas a vários membros não executivos do Conselho de Administração da sua participada NOS».
«Neste contexto, foi desde já garantido que os órgãos competentes da sociedade estão a avaliar a situação de forma rigorosa e com sentido de urgência», afirma o grupo liderado por Cláudia Azevedo.
A Sonae sublinha ainda que «sempre se pautou por regras de governo societário exigentes, que vêm sendo estritamente cumpridas e continuarão a sê-lo».
«Esta situação em nada altera a total confiança que a Sonae tem na empresa e na sua equipa de gestão», lê-se ainda, sublinhado que «a NOS é um operador de telecomunicações de referência a nível europeu e uma das maiores empresas portuguesas, com responsabilidade perante milhares de colaboradores, clientes e parceiros».
«A Sonae tudo fará para garantir que a empresa tem a estabilidade necessária para continuar a servir os seus diversos ‘stakeholders’ [partes envolvidas] e gerar valor para a economia portuguesa», vaticina a Sonae.
Um grupo de jornalistas de investigação colocou a público 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, depois de analisar, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos a tornar-se a mulher mais rica de África.