Já não há volta a dar e o desespero toma conta de quem investiu em Esposende. O mar avança e já não é só praia que leva, mas também terra e casas.

Os investimentos efetuados pelos sucessivos governos e Polis Litoral Norte para evitar o avanço do mar foram ineficazes e seis moradores de Esposende – Pedrinhas e Cedovém – juntam-se agora para exigir indemnizações.

O Tribunal de Esposende agregou seis processos que vão servir, primeiro, para provar que não ocuparam domínio público marítimo e depois provarem a culpa do Estado com base numa decisão de 2009 que deu razão a um cidadão que foi indemnizado com 60 mil euros.

Rui Lages, ex-candidato à Câmara de Braga, é um dos proprietários de uma dessas casas e é claro: «se querem que a gente saia, nós saímos, mas têm que assumir a responsabilidade e culpa no avanço do mar».

«Construíram um esporão que causou todo este problema a sul desse esporão e onde está esse aglomerado urbano das Pedrinhas e Cedovém. São os moradores que têm protegido a área e até vou mais longe. Se ali não estivessem as casas, o mar já tinha entrado campos dentro», frisou.

O problema é cada vez mais grave, pois já é notório que o mar está a cavar uma espécie de entrada por detrás do aglomerado das casas como demonstra o vídeo feito pelo moradores.
«Mesmo que as casas sejam demolidas, devido à erosão provocada pelo esporão, o mar vai destruir dunas e será a ruína da via que liga Apúlia a Ofir. O resto já sabem, como ali a cota é mais baixa que o mar, isto vai tudo à frente até à A28», refere Costa Macedo, outro proprietário de casa naquela zona.

´Recorde-se que o governo já dotou de cabimentação financeira, como adiantou o Diário do Minho em agosto de 2018. Entre Cedovém, Pedrinhas e Ofir Sul, o Plano de Ordenamento Costeiro, prevê gastar 2,36 milhões de euros entre demolições e “recuos planeados”, estando a sua execução prevista para o período de 2020 a 2021.
