A Biblioteca Geral da Universidade do Minho (UMinho), situada no campus de Gualtar, em Braga, acolhe até ao dia 30 de novembro a exposição intitulada “Conhecer o Arquivo Histórico Hidrográfico do Ave e Cávado”.
A mostra, que é de acesso gratuito, apresenta uma seleção detalhada dos usos e da gestão dos rios Ave e Cávado ao longo do último século. Esta iniciativa é promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em parceria com a UMinho, através da Casa de Sarmento e dos Serviços de Documentação e Bibliotecas.
O Arquivo Histórico Hidrográfico das bacias hidrográficas do Ave e Cávado contém registos completos dos processos de licenciamento e das contraordenações submetidas à Administração Regional do Norte da APA, desde 1892 até 2008.
Este espólio é composto por mais de 169 mil processos e inclui mapas, ilustrações, documentos administrativos, pedidos, registos de guarda-rios, editais, licenças, transgressões, escrituras, testamentos e amostras de diversa natureza.
Graças ao trabalho recente desenvolvido pela Casa de Sarmento, em Guimarães, o arquivo conta já com mais de 2800 imagens digitalizadas, agora acessíveis ao público.
Este valioso arquivo permite uma visão abrangente sobre a diversidade dos aproveitamentos hidráulicos nas bacias dos rios Ave e Cávado. Entre os usos tradicionais destacam-se os lavadouros públicos, moinhos e azenhas, lagares de azeite, engenhos de linho e de serrar, bem como sistemas de rega com rodas hidráulicas.
Também estão em evidência os usos industriais, como as rodas hidráulicas para geração de força motriz e a produção de energia hidroelétrica, que ilustram a importância histórica destes recursos para a região.
A exposição explora ainda os aspetos sociais, económicos, geográficos e políticos associados à gestão dos rios Ave e Cávado, incentivando também investigações académicas sobre temas como a pesca, os dispositivos hidráulicos, as cheias e a poluição nas duas bacias hidrográficas. Na inauguração da exposição, marcaram presença Sofia Vaz (APA), Antero Ferreira (Casa de Sarmento), Paula Ramalho e Sofia Silva (do Município de Guimarães), além de Rafael Soares, doutorando em História na UMinho.