Um pescador de 32 anos, natural da Póvoa de Varzim e residente nas Caxinas, foi condenado a 12 anos de prisão por crimes graves, incluindo violação, extorsão e pornografia de menores.
A sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, após o arguido ter recorrido da decisão inicial, alegando que a pena era “excessiva e desproporcional”.
Entre 2019 e 2022, António C. fez-se passar por jogador do Benfica e do Sporting, bem como por empresário de futebol, para estabelecer contacto com jovens mulheres e menores através das redes sociais.
Ele utilizou plataformas como Instagram, WhatsApp, Snapchat e Telegram, onde aliciava as vítimas, ameaçando divulgar imagens íntimas caso não aceitassem manter relações sexuais com ele. Além disso, coagia-as a entregar dinheiro sob o mesmo pretexto.
Durante o seu processo, ficou provado que o arguido fez pelo menos 13 vítimas, com idades entre 13 e 24 anos, residentes em diversas localidades, incluindo Porto, Braga e Gaia. Em algumas situações, António C. obrigou as vítimas a fornecerem as senhas dos seus perfis nas redes sociais, permitindo-lhe agir como se fosse uma pessoa de confiança para aliciar ainda mais jovens.
Os crimes perpetrados pelo pescador incluem importunação sexual, violação agravada e simples, extorsão consumada e tentada, burla, devassa da vida privada e falsidade informática.
Enquanto a defesa do arguido pedia uma pena inferior a sete anos, as vítimas e o Ministério Público clamavam pela pena máxima de 25 anos. No entanto, os juízes Albertina Pereira, Jorge Bravo e Vasques Osório consideraram a pena de 12 anos “correta, justa e proporcional”, sublinhando a personalidade predatória do arguido.
Os juízes descreveram António C. como um “verdadeiro predador sexual”, que não apenas buscava satisfação dos seus instintos, mas também explorava as vítimas financeiramente, utilizando fraudes e ameaças para instigar o medo e a insegurança.
Eles destacaram a necessidade de uma pena que atendesse tanto à prevenção geral quanto à especial, dada a falta de arrependimento demonstrada pelo arguido.
António C. cresceu numa família humilde e, apesar de ter enfrentado dificuldades ao longo da sua vida, manteve-se longe das malhas da Justiça durante anos. Com um histórico de problemas relacionados com o jogo, ele já tinha antecedentes criminais, mas frequentemente escapava a penas severas.
A Polícia Judiciária, responsável pela investigação, alertou que podem existir mais vítimas que, por vergonha ou falta de confiança na Justiça, não se apresentaram para denunciar o agressor.