Só em 2023, cerca de metade da população portuguesa (44%) entre os 16 e os 74 anos fez compras na internet, o que se traduz num crescimento de 1,3% face a 2022.
Os dados são da ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações), mas o mérito é todo das empresas que oferecem uma jornada de compra online cada vez mais personalizada e imersiva e, sobretudo, dos milhares de consumidores portugueses que, ao longo dos últimos anos, tem feito da Internet o seu centro comercial favorito.
As razões para esta tendência de consumo que privilegia a Internet em detrimento do retalho tradicional são muitas e variadas, mas podemos, sem dúvida, sublinhar a comodidade de comprar a partir de casa, a rapidez na entrega e a simplicidade dos pagamentos como aqueles que mais sobressaem.
No que diz respeito aos pagamentos, comprar online é sinónimo de utilizar um cartão de crédito, método que, de acordo com o Banco de Portugal, representa 90% das transações digitais.
Apesar da facilidade de pagamento e da grande segurança que este meio de pagamento oferece, as fraudes e burlas acabam por acontecer, especialmente quando não se tomam as devidas precauções
Se ainda tem algumas reticências em relação à segurança de pagar as compras que faz com cartão de crédito online, chegou o tempo de tirar 5 min e ler os conselhos que temos para si.
O que precisa de saber sobre a segurança dos cartões de crédito na Internet?
Não podíamos deixar de começar este guia de segurança em compras com cartão de crédito online com a dupla autenticação/autenticação forte, uma medida aprovada na Comissão Europeia que torna virtualmente impossível que se realize um pagamento online com cartão sem este ser aprovado pelo seu detentor.
Na prática, a dupla autenticação (PSD2) vem obrigar o banco emissor do nosso cartão de crédito/débito a solicitarem-nos dois ou mais elementos de segurança no momento em que nos preparamos para concluir uma compra online.
De acordo com a diretiva europeia, estes elementos podem passar por um código enviado por SMS, a introdução de uma password ou até a mais futurista impressão digital, ou outros dados biométricos. A escolha fica inteiramente a cargo do banco emissor do cartão.
Além da dupla autenticação, podemos contar nos nossos cartões de crédito com o EMV 3-D Secure, um standard de segurança que, entre outras coisas, implica que o site de comércio eletrónico envie ao banco emissor do cartão uma série de dados que vão ajudar este último a analisar o grau de risco da transação.
Devido a estes protocolos, a segurança de uma compra online está, em teoria, assegurada. Dizemos em teoria porque, tal como outras atividades, há sempre a considerar o fator humano, ou seja, as regras de segurança que, não raras vezes, nos esquecemos de cumprir.
Neste particular, se quisermos colocar os nossos dados pessoais e financeiros a salvo durante uma compra online.
Por exemplo, devemos utilizar uma conexão de Internet segura, isto é, nunca devemos ligar-nos a uma rede de wi-fi pública ou fazer uma compra num dispositivo que não o nosso.
Assegurarmo-nos que os nossos dispositivos (PC, smartphone, tablet, etc) a partir dos quais efetuamos compras online têm a firewall ativada e um antivírus atualizado é outra das recomendações.
Assim como utilizar passwords diferentes nos vários dispositivos e sites que visitamos de modo a salvaguardar os nossos dados em caso de pirataria é outras das práticas.
Devemos também verificar a credibilidade do site/loja online onde nos preparamos para efetuar uma compra online, assim como desconfiar de preços demasiado baixos em comparação com a média do mercado, uma vez que isto pode indiciar uma potencial burla.
Aceder ao site das lojas online digitando o endereço no motor de busca e nunca a partir de links é outra das ações. Esta é uma importante dica de segurança, já que muitos links nos reencaminham para “sites espelho” que emulam a loja original, mas são falsos e têm como objetivo roubarem dados e dinheiro;