Portugal tem apenas uma Zona de Emissão Reduzida (ZER) em Lisboa e contraria a tendência de cada vez mais cidades europeias estabelecerem estas zonas que limitam a circulação automóvel para reduzir a poluição, segundo um estudo divulgado hoje.
O estudo de uma coligação de organizações não-governamentais, da qual a Zero faz parte, mostra que há 320 zonas urbanas na Europa onde o acesso dos veículos mais antigos, tipicamente os mais poluentes, é restringido, uma medida que, segundo a associação ambientalista, é “claramente eficaz na redução da poluição e das emissões de dióxido de carbono”.
Em comparação com 2019, são mais 40% de zonas deste tipo na Europa, acrescentou.
Nas outras duas cidades portuguesas escolhidas pela Comissão Europeia para serem neutras em carbono até 2030, o Porto e Guimarães, também “não se conhecem planos desse tipo”, destacou.
“A Zero entende que as zonas de emissões reduzidas são um instrumento de política pública ao dispor das cidades para melhoria da qualidade do ar e do conforto do espaço público. Para implantar estas zonas a médio prazo, o caminho tem de ser preparado desde já pelas autarquias, começando nos centros históricos e alargando-as às zonas mais periféricas”, considerou a associação.
A Zero considerou que as ZER mostram-se “claramente eficazes na redução da poluição e das emissões de dióxido de carbono” para reduzir a poluição atmosférica tóxica e o impacto climático que os automóveis representam.
A Organização Mundial de Saúde considera a poluição atmosférica como uma emergência de saúde pública, que causa mais de 300.000 mortes prematuras por ano na União Europeia (UE), das quais cerca de 6.000 em Portugal.