Universidade do Porto apresentou um estudo estratégico que propõe uma transformação profunda da Via de Cintura Interna (VCI), uma das estradas mais congestionadas e problemáticas do país.
O plano prevê a criação de jardins, ciclovias, praças, habitação e um canal dedicado ao transporte público, numa abordagem que visa integrar a VCI no tecido urbano do Porto.
Desenvolvido por docentes e investigadores da Universidade, o estudo sugere a construção de coberturas ajardinadas que criem ligações pedonais e cicláveis, atenuando a fragmentação territorial provocada pela via.
A proposta inclui também a criação de um anel verde urbano, articulado com parques, para promover biodiversidade, melhorar a qualidade do ar e combater o efeito de ilha de calor.
O arquiteto paisagista José Miguel Lameiras, docente da Faculdade de Ciências, destacou que o plano defende a requalificação dos principais nós viários da VCI como zonas multifuncionais com habitação acessível, espaços públicos e bacias de retenção para controlo de cheias.
A nova visão propõe um corredor urbano multimodal, com transporte público em canal exclusivo, duas faixas rodoviárias, ciclovias segregadas e percursos pedonais. Esta solução pretende aumentar a eficiência da mobilidade, reduzir o congestionamento e oferecer alternativas sustentáveis aos movimentos pendulares no Porto.
Este estudo integra o projeto “Porto 2050: Cerzir a Cidade pela VCI” e será apresentado esta quarta-feira (16), pelas 17h30, na Reitoria da Universidade do Porto, marcando a abertura oficial do novo Centro de Conferências, coordenado por Elisa Ferreira e Valente de Oliveira.