Ventura fez estas declarações durante chegada a comício no concelho de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, isto depois de em Esposende ser duramente criticado por ex-militante que apelou ao não voto no Chega.
Ao abordar as sondagens, Ventura destacou “a flutuação do Chega” nas pesquisas, salientando que “nos últimos dias de campanha o partido encontra-se entre os 16% e os 20%, algo inédito na história da democracia”, disse.
O líder do Chega argumentou que este cenário indica o fracasso do apelo ao voto útil e previu uma possível tripartidarização do sistema político português, substituindo os tradicionais dois partidos dominantes por três.
Ventura reiterou “objetivo de vencer as eleições” e enfatizou a “necessidade de convergência” para garantir um governo estável.
Em relação a possíveis acordos, Ventura afirmou que o Chega lutará pela convergência em um cenário de maioria à direita, mas destacou que o partido só aceitará um acordo de governo, excluindo entendimentos parlamentares permanentes.
Quando questionado sobre uma eventual recusa do líder do PSD, Luís Montenegro, em negociar com o Chega, Ventura alertou que o PSD ficaria responsável por gerar ingovernabilidade, caso mantenha essa postura. O líder do Chega reafirmou o compromisso com a convergência e governabilidade.
Sobre o papel do Presidente da República após as eleições, Ventura considerou que será uma tarefa delicada para Marcelo Rebelo de Sousa, enfatizando a necessidade de comprometimento de todos na busca por soluções.
Ventura alertou que a responsabilidade recai sobre os partidos, que devem trabalhar pela convergência e estabilidade a partir da segunda-feira após as eleições.
Questionado sobre a estratégia de campanha adotada, com discurso radical e pouco contacto com eleitores na rua, Ventura adiou uma avaliação detalhada para o final da campanha, defendendo que as “ideias do Chega” foram apresentadas à população e é esse que vai a votos.
Mais de 10,8 milhões de portugueses estão convocados para votar no domingo, escolhendo entre 18 forças políticas, representadas por 15 partidos e três coligações, para eleger os 230 deputados à Assembleia da República.