Por iniciativa de Rafael Ferreira e Ana Carmo, pilotos e proprietários da RF Racing Team, e os pilotos da Racing Team Filipe Abreu e Márcio Pinto, decorreu um treino inovador para os Bombeiros Voluntários e Sapadores de Viana do Castelo, centrado no socorro em viaturas de rali.
Segundo o próprio Rafael, este projeto nasceu da vontade de “colmatar a pouca informação disponível sobre o socorro e prevenção em provas de rali”, e só se concretizou graças ao apoio imediato do comando dos bombeiros voluntários.
Rafael Ferreira explicou que a iniciativa teve origem quando, há já algum tempo, desejava criar uma formação específica.
“Há muito que tinha esta ideia mas faltava um apoio. Então lembrei-me da Racing Team que tem o Márcio Pinto, que também é bombeiro. E assim surgiu esta junção, com o apoio imediato do comando dos voluntários”.
Além da equipa voluntária, os Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo (BSVC) também foram envolvidos, numa colaboração que pretende valorizar técnicas específicas de socorro face às particularidades dos carros de competição.
O foco do treino foi apresentar aos bombeiros as diferenças fundamentais entre um automóvel convencional e um carro de rali.
“Explicámos o que é um carro de rali, o funcionamento, os meios de segurança que inclui, e demos a conhecer três carros totalmente diferentes, com rollbar e espaços interiores distintos”, contou Rafael.
A abordagem prática foi complementada com momentos teóricos, entre os quais a explicação dos protocolos de abastecimento, regras e cuidados necessários para garantir a segurança dos intervenientes.
Para além disso, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer, em detalhe, o equipamento pessoal utilizado por pilotos — capacetes, sistemas de retenção (HANS), fatos, roupa interior e luvas — permitindo que compreendessem plenamente os mecanismos de proteção incorporados nos automóveis de competição.
Segundo o comandante Jorge Alonso, dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, a formação “serviu para colmatar a ausência de formação específica na área do socorro em caso de acidente de um carro de rali”.
“Pois há um conjunto de detalhes que são diferentes de um carro normal para um de competição”, destacou.
“Esta iniciativa permitiu aperfeiçoar técnicas tendo em conta as constantes atualizações nos carros de rali”, apontou ainda Alonso.
Já o comandante dos BSVC, Ricardo Fernandes, referiu que “a adrenalina das competições automóveis traz emoção ao público e grandes responsabilidades para quem garante a segurança”.
“Uma ação de treino conjunta altamente especializada. O objetivo passou por treinar técnicas de resgate de vítimas, controlo de incêndios e segurança operacional em veículos de competição, como os usados em provas de rali”, frisou.
“Esta instrução prática foi pensada para reforçar a capacidade de resposta em situações críticas, onde cada segundo conta. Mais do que treino, trata-se de estar pronto para agir com eficiência, precisão e segurança durante os grandes eventos desportivos do concelho”, disse ainda Ricardo Fernandes.
A primeira fase de um plano
Rafael Ferreira ressalvou que esta é apenas “a primeira fase” de um plano mais alargado.
“Não vamos parar por aqui — este mês vamos também a outra corporação do distrito”, destacou o piloto bombeiro.
A intenção é promover formações semelhantes em todo o Alto Minho, reforçando a eficácia e segurança nas intervenções em eventos de rali.
No total, o treino incluiu atividades teóricas e práticas, envolvendo mais de três viaturas distintas, e contou com a adesão expressiva das equipas de socorro.
O feedback foi unânime: os bombeiros consideram a iniciativa decisiva para aumentar a capacidade de resposta face a acidentes em provas de rali.
Em resumo, esta ação evidencia uma abordagem proativa e colaborativa entre a comunidade de rali e os formadores de socorro, reforçando a importância de formação especializada e contínua para garantir a segurança de público, pilotos e equipa de apoio.