Um grupo de motoristas da Transcunha realizou uma manifestação em frente à Câmara de Viana do Castelo hoje, reivindicando a transferência dos seus postos de trabalho para a autarquia, mantendo os direitos adquiridos na empresa.
O porta-voz do movimento alega que, com a Câmara a assumir a concessão anteriormente explorada pela Transcunha, é sua responsabilidade também assumir os trabalhadores, conforme estipulado no artigo 285 do código de trabalho.
O porta-voz comentou que, embora esta manifestação seja um primeiro passo, há planos para intensificá-la, incluindo a possibilidade de uma greve de três dias, caso a situação não avance.
“A Câmara está a prejudicar os próprios munícipes”, afirmou, criticando a proposta da autarquia que exige que os motoristas se demitam da Transcunha e se re-inscrevam, o que resultaria na perda de direitos.
José Freitas, motorista da Transcunha há 30 anos, expressou a sua preocupação com a situação. Ele defendeu que não se trata de um conflito entre a Câmara e a empresa, mas sim da luta pela manutenção dos postos de trabalho.
“Queremos que a Câmara cumpra a lei e mantenha os nossos direitos, que foram adquiridos ao longo dos anos”, afirmou, ressaltando a dificuldade de começar uma nova carreira com um salário inferior.
Em resposta, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, reiterou que a legislação está a ser cumprida e que não é possível incorporar diretamente os motoristas da Transcunha.
Após uma reunião com o sindicato, Nobre mencionou que a Câmara já identificou a necessidade de contratar mais motoristas e incentivou os trabalhadores a se candidatarem a futuros procedimentos de seleção.
O autarca enfatizou que, embora o código de gestão e direitos dos funcionários públicos seja diferente do setor privado, os motoristas atuais têm a possibilidade de serem admitidos com base na sua experiência.
Luís Nobre também expressou surpresa pelo fato de os motoristas não terem concorrido aos concursos anteriores.