Paulo de Morais, candidato do PSD à Câmara Municipal de Viana do Castelo, dirigiu uma carta ao atual presidente Luís Nobre solicitando a suspensão imediata do processo de adjudicação da obra do novo mercado municipal, levantando preocupações sobre a adequação do projecto e a sua pertinência face ao contexto actual.
Na carta, Paulo de Morais argumenta que o modelo de edifício a concurso poderá estar desajustado à realidade dos dias de hoje e não refletir a vontade dos vianenses.
Destaca que os estilos de vida e os padrões de consumo mudaram substancialmente nos últimos anos, o que exige uma reavaliação cuidada do investimento público.
“Não pode levar-se a cabo um empreendimento de tão avultado investimento financeiro sem se garantir que serve os interesses da cidade”, afirma.
O candidato defende ainda que a decisão sobre o novo edifício, a construir no local do antigo prédio Coutinho, deve ser remetida ao novo executivo camarário que será eleito nas próximas eleições autárquicas. Morais compromete-se a promover uma ampla discussão pública sobre o projecto caso venha a ser eleito presidente da autarquia.
Apesar de reconhecer a obrigatoriedade legal de construir um novo mercado naquele local — conforme a Declaração de Utilidade Pública que sustentou a expropriação do prédio Coutinho — Morais salienta que a proposta deve respeitar os artigos 54.º e 55.º do Plano de Pormenor do Centro Histórico de Viana do Castelo. Estes exigem competitividade e respeito pelos significantes urbanos históricos da cidade.
Na missiva, relembra ainda que o projecto original, da autoria do arquiteto Alves Costa, já foi abandonado anteriormente por ser considerado desatualizado — decisão tomada por um executivo em que o próprio Luís Nobre participava.
“Passaram quase dez anos desde então”, escreve, acrescentando que, por coerência, o projecto atual também deve ser revisto.