A construção de um novo posto de abastecimento de combustível nas proximidades do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde está a provocar uma intensa polémica na comunidade local.
O movimento independente NAU acusa o atual presidente da Câmara Municipal, Vítor Costa, de ceder aos interesses do grupo Auchan, responsável pela abertura de uma bomba de combustível a cerca de 500 metros do quartel, o que, segundo o movimento, prejudica a corporação dos bombeiros.
Vítor Costa, em resposta pública às acusações, defende que não pode intervir nos interesses de entidades privadas, reafirmando que nunca rejeitou um pedido formal. “Não posso dizer a um privado: ‘Vocês só podem construir o posto aqui, porque quero ajudar os bombeiros’. Isso seria um subsídio encapotado, ilegal e inaceitável”, afirmou o autarca em declarações ao Jornal de Notícias.
A origem deste conflito remonta a 1998, quando a Câmara Municipal doou um terreno aos Bombeiros de Vila do Conde, situado entre o quartel e o Estádio do Rio Ave.
Durante o mandato da ex-presidente de Vila do Conde, Elisa Ferraz, foi feita uma promessa à Associação Humanitária para a construção de um posto que servisse como fonte de receita. Contudo, a Auchan Energy desistiu da construção nos terrenos dos bombeiros e optou por edificar o posto a uma curta distância, nas traseiras do seu hipermercado.
Embora a Auchan tenha pago 16 mil euros pela “troca” de terrenos, a instituição bombeira perdeu uma potencial renda mensal que poderia ultrapassar esse montante anualmente.
O movimento NAU critica a decisão da Câmara de Vila do Conde de autorizar a construção do posto no hipermercado, afirmando que isso compromete a distribuição adequada de equipamentos na cidade e a sustentabilidade financeira da corporação.
Vítor Costa esclareceu que a Auchan Energy apresentou um pedido de informação prévia para construir no terreno dos bombeiros, mas o promotor acabou por desistir.
Meses depois, o mesmo grupo incluiu o posto no processo urbanístico do hipermercado, que já conta com todos os pareceres necessários e está dentro da legalidade.