Sim, aérea. Segundo o mapa “Esbocete Geral dos Anteplanos de Urbanização de Esposende, Fão e Apúlia” em Gandra estava previsto um importante aeródromo, uma pista para vôos de aviões mais pequenos, com hangares e edifício de partidas e chegadas.
A pista ocupava toda área entre a atual rotunda de acesso à Ponte de Fão, a Etar até à atual ponte da A28.
Mas os planos vão mais longe, para além já de prever a variante à EN103-1 (entretanto construída mais de 40 anos depois), também a variante à EN13, na margem sul, foi projetada, que ligaria a rua de Santo António em Fão à atual variante sul da Vila de Apúlia.
Já outro detalhe é a projeto de três hotéis que nunca foram construídos. Um na transição da Marginal de Esposende para a atual avenida dos Banhos, já nas Marinhas.
Outro em plena Restinga, onde se costumam juntar os praticantes de kitsurf, e outra na senhora da Barca do Lago junto à capela.
O E24 falou com Óscar Migueis, vice-presidente do Aeroclube de Braga e natural de Esposende, que reconhece o projeto arrojado para a altura e que “uma infraestrutura destas poderia trazer alguns benefícios económicos para a região, como a criação de novos negócios, a criação de novos postos de trabalho e a ligação mais rápida a outras partes do país e do mundo”.
Óscar Migues refere que tecnicamente seria um aeródromo que estaria sujeito ao vento, mas isso não seria um problema.
“Há ventos muito fortes, especialmente durante os meses de inverno que, ao contrário daquilo que o comum dos mortais pensa, é a altura do ano melhor para voar. Quanto mais baixa a temperatura, mais estável a atmosfera e consequentemente, menos turbulência. Os ventos predominantes em Esposende são ventos de oeste, que geralmente trazem chuva e condições climáticas instáveis. Durante o verão, os ventos do norte e noroeste prevalecem, trazendo ar fresco e temperaturas mais amenas. No entanto, a intensidade dos ventos em Esposende pode variar bastante, dependendo da época do ano e das condições climáticas. Este fator constitui um problema no que concerne à orientação da pista”, refere o comandante Migueis.
Olhando à realidade de hoje, Óscar Migueis refere que um aeródromo em Esposende podia trazer alguns “impactos negativos sobre o meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores locais”.
“Iria gerar inevitavelmente impactos negativos na qualidade de vida dos moradores locais, como a poluição sonora e do ar. Esses impactos não devem ser subestimados, pois podem prejudicar a saúde e o bem-estar da população, comprometendo o desenvolvimento sustentável da região. Dessa forma, acredito que a construção do aeródromo teria que ser cuidadosamente avaliada, tendo em consideração as preocupações ambientais e sociais da região”, aponta Óscar Migueis.