Embora alegue a sua inocência e planeie apresentar todos os recursos ao seu alcance, Domingos Pereira viu a sua condenação confirmada pelo tribunal, que o sentenciou a dois anos e dez meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção passiva agravada.
O caso remonta a 2016, quando Domingos Pereira era vereador eleito pelo Partido Socialista e é acusado de ter aceitado dez mil euros para garantir um emprego no município.
Embora Domingos Pereira tenha desde então desfiliado-se do PS e criado o movimento Barcelos, Terra de Futuro (BTF), o Tribunal da Relação de Guimarães confirmou a sua condenação à perda de mandato.
Segundo a acusação, uma mulher terá procurado Domingos Pereira no seu gabinete, nas instalações da Câmara de Barcelos, em janeiro de 2016, dizendo-lhe que queria que o seu filho ficasse ao serviço do município, findo o seu contrato de emprego-inserção.
Nessa ocasião, terá dado ao vereador, no interior de um envelope, dez mil euros em notas “como compensação pelas suas diligências nesse sentido”.
Embora o tribunal não tenha dado como provadas as circunstâncias da entrega do dinheiro, considerou que o dinheiro foi entregue com aquela finalidade.
O envelope com os dez mil euros foi encontrado cerca de dois anos e meio depois, em julho de 2018, na casa de Domingos Pereira aquando de buscas da Polícia Judiciária relacionadas com um outro processo.
No envelope, Domingos Pereira escreveu: “Este envelope foi deixado em cima da minha secretária, sem eu saber o que era, pela dona Maria José Figueiredo, em 25 de janeiro de 2016, para tentar empregar o filho Zé. Depois de lhe dizer que tinha que pegar no envelope, não o fez, irei devolver à sua filha, doutora Cristina Figueiredo, para entregar à sua mãe, sem lhe dizer o que tem no interior”.