Normalmente, os esqueletos desses insetos se decompõem rapidamente devido à sua composição quitinosa.
O paleontólogo Carlos Neto de Carvalho, do Geopark Naturtejo, ressaltou o excepcional estado de preservação das abelhas.
Além de identificar detalhes anatômicos e determinar o tipo de abelha, foi possível também identificar o sexo e até mesmo a provisão de pólen monofloral deixada pelas progenitoras quando construíram os casulos.
Essa descoberta foi feita no âmbito de um projeto de cooperação ibero-italiana e resultou na identificação de quatro sítios paleontológicos na região de Odemira, entre Vila Nova de Milfontes e Odeceixe.
Esses sítios apresentam uma elevada densidade de casulos de abelhas fossilizados, que foram produzidos há quase três mil anos.
De acordo com o Geopark Naturtejo, esses casulos preservam, como em um sarcófago, os jovens adultos da espécie de abelha Eucera, que nunca chegaram a ver a luz do dia.
Esta descoberta oferece uma visão única do passado e contribui significativamente para o conhecimento científico sobre essas abelhas e seu ecossistema há milhares de anos.
Essa descoberta impressionante certamente despertará o interesse de pesquisadores e entusiastas da história natural. O trabalho do Geopark Naturtejo na preservação e estudo dessas relíquias paleontológicas é digno de reconhecimento, e os resultados obtidos certamente terão um impacto significativo na compreensão da vida das abelhas no passado.