“Caos ecológico na Apúlia”. É assim que Carlos Dobreira, ambientalista e conhecido praticante de plogging, se refere à praia de Apúlia, em Esposende. Isto depois de, e mais uma vez, ter recolhido cerca de duas mil beatas de cigarro e 260 litros de resíduos recicláveis e lixo indiferenciado recolhidos em dois dias.
“Resíduos recicláveis, perigosos e lixo indiferenciado na praia da Apúlia Norte, entre o primeiro moinho localizado frente ao Restaurante Camelo e a rampa de acesso ao mar dos pescadores de Cedovém, e na Avenida Marginal Cedovém, junto às dunas”, localiza Carlos Dobreira o local da ação.
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Dos resíduos recolhidos, a maioria junto às dunas, no areal e junto à água do mar, Dobreira destaca “uma seringa, uma dobradiça, uma caixa de esferovite para acondicionamento de sardinhas, fivelas, ferros, toalhetes para bebés, pilhas, latas, embalagens para take away, máscaras, cordas, guardanapos, fraldas, garrafas e copos de plástico, vidro estilhaçado, caricas, redes, paus de gelados, maços de tabaco, embalagens de gelados, iogurtes e de chupa chups, sacos com restos de comida (fruta, pao, carnes brancas), paus e metais de para ventos e chapéus de sol, esferovite, cartelas de comprimidos e beatas de cigarro”.
“A recolha revela uma má relação entre os seres humanos e o mar e a sua costa. Em pleno século XXI é inaceitável que se continuem a atirar beatas de cigarro para o chao e o areal ou a depositar resíduos diversos a poucos metros do mar”, frisa o ambientalista.
“Urge sensiblizar as pessoas que frequentam as praias para as ameaças do lixo marinho e promover campanhas para que os seus utentes separem e recolham os resíduos em sacos (feitos em material ecológico)”, destaca.
A maioria dos resíduos recicláveis foram separados para colocação nos ecopontos. As duas mil beatas de cigarro recolhidas serão doadas ao Laboratório da Paisagem (Guimarães) para transformação em estrutura construtiva (e-tijolo).