Foram recentemente publicados alguns dados do Sistema de Vigilância e Monitorização da Atividade Física e Desportiva do Instinto Português do Desporto e Juventude -IPDJ, que conta com o apoio da Universidade de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade de Évora e Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.
Deste estudo resultou a ideia que foi publicitada pelo próprio IPDJ, que a prática desportiva aumentou durante o período de confinamento. Esta conclusão não pode ser vista de forma tão simples, uma vez que o aumento de 45% diz respeito apenas aos 30% que não tinham qualquer prática desportiva antes do isolamento social. Ao invés, verificou-se uma redução de 21% nos 71% da população que era ativa. Quer isto dizer em termos práticos que em 100 pessoas, temos menos uma com prática desportiva do que antes do confinamento.
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Mas não deixa de ser positivo que 45% de quem não tinha qualquer prática, tenha passado a ter durante o período de confinamento. Espera-se que este bom hábito perdure no tempo e quem deixou de praticar o volte a fazer, aumentando assim o número de pessoas com uma prática desportiva regular. O investimento na prática desportiva é um excelente investimento!
Nesse mesmo estudo, foi evidente a aposta das pessoas nos programas de treino auto recreativos com ajuda das redes sociais. Esta foi aliás uma aposta de muitos ginásios com propostas de aulas online. Também muitas autarquias e empresas municipais apostaram das propostas de aulas através das redes sociais para combater o isolamento e manter os seus munícipes ativos.
Mas muitas outras pessoas passaram a realizar planos próprios de treino com ajuda de programas e aplicações móveis, bem como, a valorização da corrida e caminhada nos seus hábitos desportivos.
A perceção de que existem condições para realizar atividade física em casa aumentou significativamente, situação que pode mexer e muito com o mercado dos ginásios e academias. Verificou-se aliás uma corrida às lojas de equipamentos fitness e alguns materiais como colchões, bolas, steps, fitas de resistência, kettlebells, TRX e outros equipamentos desapareceram num “abrir e fechar de olhos” e rapidamente esgotaram.
O Governo e a Direção Geral da Saúde estão ainda a avaliar as condições para o retorno da atividade nos ginásios, no entanto, tendo em conta o tipo de atividade realizada e o ambiente fechado dos espaços, leva a crer que nos próximos tempos não haverá condições para que os ginásios e academias funcionem no imediato como até então.
Muitos ginásios terão de se reinventar, abrindo as suas atividades ao exterior. As aulas de grupo terão de passar por espaços exteriores e em contacto com a natureza, com utilização de equipamentos próprios (phones) e orientação de especialistas em exercício físico.
Com toda a certeza vão ganhar espaço e utilização os circuitos de manutenção ao ar livre ou as boxes de exterior, bem como, algumas atividades nas praias e praças, permitindo assim uma prática desportiva orientada e em segurança.
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Mas o mais importante de tudo é que as pessoas se mantenham ativas, seja em casa ou em locais de maior isolamento e proteção social, pelo menos até que as orientações das entidades competentes sejam em sentido contrário.
Fiquem bem e, se possível, ATIVOS!