Segundo Carlos Rio, a situação ocorreu em pleno Parque Natural do Litoral Norte (PNLN).
Apesar da fotografia ter sido feita a uma grande distância – do lado do Fão, em plena Restinga, com a objetiva de Carlos Rio apontada às Piscinas Municipais – dá para se ver que a gaivota dá uma bicada nos pescoço da Águia-pesqueira.
“As gaivotas, quando se aproxima uma Águia-pesqueira, levantam voo mas não me parece que seja para fugirem. Quando se trata do Falcão-peregrino ou do Tartaranhão-ruivo-dos-paúis sim, claramente a questão é sair dali mas, com a Águia, penso que a razão é apenas para se posicionarem e seguirem-na”, refere o consagrado fotógrafo de natureza.
“Perseguem a rapina mesmo antes de esta caçar, tentam expulsá-la do território e, se a Águia mesmo assim consegue caçar um peixe, não a deixam mais até, muitas vezes, a águia largar o peixe”, dá nota ainda Carlos Rio.
No caso desta fotografia, a águia-pesqueira ainda não tinha caçado mas algumas Gaivotas estavam permanentemente a perturbar e atacar a ave de rapina.
“Até que, e isso nunca tinha observado, esta gaivota bica a Águia no pescoço! A Águia desistiu e foi caçar mais para montante”, vaticina Carlos Rio.
Quem é Carlos Rio
Este fotógrafo da natureza é natural do concelho de Esposende, nomeadamente da Vila de Fão.
O estuário do Rio Cávado e a Mata de Folhosas e pinhal entre Apúlia e Fão são os “escritórios” de Carlos Rio, locais preferidos para fotografar deste fangueiro dentro de um espaço maior que é o Parque Natural do Litoral Norte.
“Nasci praticamente ao lado do Rio Cávado e só há 20 anos, mais ano menos ano, é que aprendi a olhar para o estuário e para a mata e a entender a suas dinâmicas”, destaca.
Carlo Rio acabou por perceber que há muito mais do que gaivotas a voarem sobre o rio.
“Grande parte dos locais e dos visitantes também nunca perceberam a riqueza e a enorme biodiversidade que existe no PNLN. Achei, então, que tinha a obrigação de mostrar a todos essa riqueza e demonstrar porque é importante que este espaço natural seja preservado.”, afirma Carlos Rio.
Registar em fotografia a biodiversidade local tem sido assim uma missão.
“Este interesse foi crescendo a par dos conhecimentos e das visitas a tantos lugares em Portugal, Espanha e outros locais do Mundo”, destaca.