Desde o início do ano que a Polícia de Segurança Pública (PSP) tem registado um aumento significativo nos crimes de furto em residências através do “método de engano”, com um foco particular em pessoas idosas e vulneráveis.
Ao contrário dos furtos comuns, este método envolve a seleção das vítimas com base na sua vulnerabilidade, e não nas características das residências.
“Os suspeitos, geralmente operando em grupos de 2 a 4 indivíduos, escolhem pessoas que vivem sozinhas ou em casas isoladas”, refere a PSP.
Uma vez selecionada a vítima, os suspeitos separam-se para atuar de forma coordenada. Um membro do grupo distrai a vítima, enquanto os restantes procuram bens de valor como ouro, joias e dinheiro.
“Habitualmente, um dos suspeitos, frequentemente um homem, permanece no exterior numa viatura para facilitar a fuga. Estes furtos ocorrem maioritariamente durante a semana, em horários diurnos”, explica ainda a PSP.
Modus Operandi dos Suspeitos
Os criminosos abordam as vítimas diretamente nas suas casas, utilizando diversas histórias para ganhar a confiança das mesmas e obter acesso ao interior das residências. As estratégias incluem:
Pedir um copo de água alegando que um dos suspeitos se sente indisposto. Solicitar o uso da casa de banho. Fingir ser uma empregada de limpeza do prédio que necessita de um balde de água. Manifestar interesse em comprar ou arrendar um imóvel no edifício. Pedir papel e caneta para deixar um recado a um vizinho, escrevendo vagarosamente para permitir que os outros suspeitos acedam às divisões.
Utilizar crianças para distrair as vítimas, alegando que estão com fome ou necessitam de usar a casa de banho.
Prejuízos e Recomendações da PSP
Nos primeiros quatro meses do ano, os prejuízos causados por este tipo de crime ascendem a 200 mil euros. A PSP recomenda várias medidas de precaução, tais como contactar a PSP se notar movimentos estranhos no prédio ou bairro.
Transmitir informações sobre pessoas e viaturas suspeitas aos polícias de proximidade, anotando características e matrículas. Não abrir a porta a desconhecidos e, se necessário, manter sempre a corrente de segurança. Escrever recados você mesmo e enviá-los por baixo da porta. Não permitir que estranhos utilizem a sua casa de banho ou peçam água.
Não fornecer dados pessoais ou responder a inquéritos sem confirmar a sua autenticidade. Não aceitar encomendas não solicitadas.
Evitar comentar sobre objetos de valor ou hábitos familiares com outras pessoas. Guardar objetos de valor em cofres e evitar ter grandes quantias de dinheiro em casa. Não se deixar enganar pela presença de crianças.
A PSP sublinha a importância da vigilância e da comunicação com as autoridades para prevenir este tipo de crimes e proteger as pessoas mais vulneráveis.