“Um duro golpe no comércio local”. É desta forma que o Bloco de Esquerda (BE) de Esposende, liderado por Manuel Gomes Pereira, vê o recente anúncio da abertura de vários novos espaços comerciais de grandes cadeias de distribuição em Esposende.
Previsto para a Zona Industrial de Gandra, e mais dois potenciais na zona de Esposende e Marinhas, o BE considera que esta “avalanche de hipermercado”s será “um duro golpe no comércio loca”l e levanta questões sobre “o seu futuro e viabilidade”.
“Num concelho de reduzida dimensão, ter esta concentração de superfícies comerciais é com certeza um garante de concorrência forte e pesada para os nossos comerciantes locais”, frisa o Bloco de Esquerda.
O Bloco de Esquerda afirma que “volta a não compreender esta deriva por transformar terrenos potencialmente industriais em comerciais”.
“Desvirtuando o propósito inicial desse espaço (algo que os sucessivos executivos PSD têm vindo a fazer) e a não existência de um pacote de medidas concretas de apoio ao comércio local esposendenses”, escrevem os bloquistas.
“Poderíamos ter algumas medidas. Um plano que aponte na centralização de compra em modo cooperativa, dotar as lojas de um serviços centralizado de entregas ao domicílio, digitalização da sua presença e criar ferramentas de divulgação, linhas de crédito para a renovação dos interiores das lojas, seriam das primeiras medidas a tomar. Mas no Bloco de Esquerda, queremos ser mais ousados”, referem ainda.
“Implementar uma política continuada de apoio à distribuição e comercialização dos produtos quilómetro zero no nosso concelho, ou seja, tornar os comerciantes locais nos vendedores preferenciais dos produtos produzidos no concelho. Assim, criar-se-ia uma campanha com dois vetores de atuação, no produtor e no vendedor, dando valor acrescentado a toda a cadeia. Era a forma ótima de permitir ter os produtos de confiança nos vendedores de confiança”, reforça o BE.
Os bloquistas não consideram ser “delírio” o que sugerem, apenas “um conjunto de políticas públicas que têm em vista o que mais importa: a nossa comunidade”.
“E os comerciantes locais também são parte da comunidade. Garantir a sua existência é garantir que a comunidade continua viva e de boa saúde. Haja vontade, política, de o fazer”, destaca ainda o Bloco de Esquerda.