João Cepa, ex-autarca de Esposende, está a ponderar nova candidatura autárquica à Câmara de Esposende.
O E24 soube através de fontes próximas de João Cepa que ainda não há uma decisão fechada.
“Está a ponderar e a avaliar. Não tem ainda uma decisão fechada, mas eu vai depender muito do feedback que tiver da população”, esclarecem as fontes, sem indicar se a candidatura será avançada de forma independente, à semelhança do que fez em 2017 com o movimentos “Juntos Pela Nossa Terra” ou com apoio partidário.
No entanto uma publicação na rede social facebook do próprio João Cepa deixa mesmo algumas pistas quanto à recandidatura.
Começa por assumir ingenuidade na candidatura independente de 2017. “Esse foi o meu maior erro. Deveria ter sido mais ponderado e cauteloso na avaliação das mensagens que me chegavam”, refere, dando nota do apoio recebido na altura, incluindo por pessoas que mais tarde surgiram junto do PSD de Benjamim Pereira.
“Além disso, e apesar de tudo, nunca esperei ser alvo da campanha de difamação e de tentativa de assassinato de carácter a que fui sujeito, com claro proveito eleitoral de quem a idealizou e implementou”, revela ainda, considerando o resultado de então, a eleição de um vereador, “honroso”.
“Uma candidatura com pouco mais de 20 elementos ativos, sem recursos financeiros e apoios empresariais, sem máquina partidária e sem candidaturas às Juntas de Freguesia, que são o principal motor de uma candidatura à Câmara, conseguiu ser a segunda mais votada, merecendo a confiança de quase 4000 eleitores esposendenses. É por isso que sou eternamente grato àqueles que tiveram a coragem de me acompanhar na candidatura”, lembra.
João Cepa revela que os tempos seguintes foram de “impacto muito negativo” na vida pessoal, “não só no plano da saúde, mas acima de tudo no domínio familiar e profissional”.
“Os anos seguintes foram muito difíceis, culminando com aquele que seria o meu annus horribilis (2020). Em bom rigor, deixei de viver em Esposende e passei a sobreviver em Esposende”, lembra.
João Cepa não esconde que “é grande a vontade e o entusiasmo de poder concluir o projeto que foi interrompido em 2013 por força da lei de limitação de mandato”s.
“A propósito, há dias reli o programa eleitoral que apresentei à população em 2017 e cheguei a uma conclusão: pode ser novamente utilizado porque está praticamente tudo por fazer. A única certeza que tenho é que não posso voltar a ser ingénuo nem a cometer os mesmos erros que cometi há 7 anos atrás. Hoje, por força das circunstâncias e até da idade, estou obrigado a ser mais cauteloso, ponderado e realista”, frisa.
Relembrando o “SIM” feito numa publicação pessoal também no facebook, João Cepa diz que é um “sim” de “ponderação sobre uma nova candidatura”.
“A decisão final dependerá do feedback que tiver da população nos próximos tempos e acima de tudo da perceção que tiver da vontade e desejo dos esposendenses terem novamente um responsável máximo pelo Município que dê prioridade ao Decidir, Fazer e Resolver em detrimento do Estar e Aparecer”, destaca João Cepa.
Aliás, o hipotético candidato admite “impopularidade” em assumir um postura contrária ao autarca das procissões, festas , tainadas, convívios e cerimónias, mesmo que isso implique atrasar decisões e respostas a quem delas necessita.
“Então esse autarca não sou eu. A minha máxima sempre foi, e sempre será, a de que os munícipes elegem e pagam um salário aos autarcas para eles lhes resolverem rapidamente os problemas e para se focarem no trabalho que promove o desenvolvimento do concelho”, escreve João Cepa.