Ministério Público de Braga apresentou uma acusação contra um grupo de indivíduos, incluindo empresário de 68 anos das Marinhas (Esposende) e mais oito suspeitos, envolvidos em uma rede de tráfico de droga de grande escala entre a América do Sul e a Península Ibérica.
O processo começa a ser julgado em novembro.
As operações, que tinham uma casa em Apúlia (Esposende) e um armazém de empresário de Gilmonde (Barcelos), envolviam a importação de cocaína em contentores marítimos dissimulada entre produtos alimentares, como frutas, para despistar as autoridades alfandegárias.
De acordo com o processo judicial, o grupo era liderado homem de 58 anos e residente em Málaga, e os acusados – de várias nacionalidades incluindo portugueses – organizavam-se de maneira estruturada, com funções distintas e bem definidas para maximizar os lucros da operação criminosa.
Os arguidos estariam a utilizar várias empresas de fachada para justificar a importação de mercadorias legais, enquanto introduziam a droga, que pretendiam comercializar em Portugal e Espanha.
A acusação refere-se a operações realizadas desde 2020, com o transporte de grandes quantidades de cocaína no valor de 32 milhões de euros, escondidas em contentores de fruta.
Detalhes da operação e prisões
Cinco arguidos, liderados por residente malaguenho, conceberam um esquema de tráfico de cocaína na Península Ibérica via Esposende e Barcelos, importando a droga da América do Sul disfarçada em contentores de fruta.
Esta rede operava com uma estrutura organizada, envolvendo uma série de indivíduos que desempenhavam papéis específicos para a execução do plano, incluindo recrutamento de investidores, estabelecimento de empresas de fachada e contactos estratégicos com entidades alfandegárias.
O processo envolveu a criação de um historial comercial da empresa, gerida pelo empresário de Barcelos, para ocultar a atividade ilícita e minimizar a suspeita das autoridades.
Importaram inicialmente contentores de manga e banana, que, por não estarem em condições de venda, foram doados. Após criar essa fachada comercial, passaram a introduzir cocaína nos contentores de fruta. Indivíduos equatarianos, também arguidos, atuaram como investidores, financiando o transporte e distribuição da droga.
O empresário das Marinhas (Esposende), um dos principais organizadores, coordenava as operações e mantinha a estrutura de empresas de fachada.
Em Dezembro de 2022, foram interceptados pela Unidade de Análise e Risco no porto de Algeciras, Espanha, dois contentores com pacotes de cocaína com alto grau de pureza, destinados ao mercado europeu. As autoridades deixaram parte da carga seguir até ao porto de Leixões, onde a Polícia Judiciária monitorizou as ações do grupo e efetuou detenções a 21 de dezembro.
A rede utilizava um sofisticado sistema de comunicação para evitar rastreamento, recorrendo a aplicações de comunicação privada, como WhatsApp e Signal, e a múltiplos cartões SIM.
Na fase de execução final, os arguidos reuniram-se em Portugal para organizar a extração da droga dos contentores. Equipados com ferramentas específicas, alguns membros da rede foram encontrados a preparar a retirada da droga nos armazéns de Barcelos, onde foram surpreendidos e detidos pelas autoridades.
As apreensões incluíram, além da cocaína, telemóveis, guias de transporte e uma quantia significativa de dinheiro, evidenciando a preparação e os recursos investidos nesta atividade criminosa.
A operação resultaria em lucros de várias dezenas de milhões de euros – 32 ME – se tivesse sido bem-sucedida, com a droga a ser distribuída via Barcelos e Esposende em larga escala para consumidores na Europa. Os arguidos enfrentam acusações de tráfico de drogas, organização criminosa e utilização indevida de empresas para fins ilícitos.
Durante a operação, foram apreendidos telemóveis, veículos, material de comunicação e quantias em dinheiro, todos destinados a facilitar as operações criminosas do grupo com base em Barcelos e Esposende.
Próximos passos do processo judicial
Dado o volume das provas, incluindo documentos apreendidos e depoimentos de testemunhas-chave, as autoridades vão prosseguir o caso em tribunal, enquanto os principais suspeitos permanecem em prisão preventiva.
Gostei muito das pinturas parabéns.