O Campeonato Concelhio de Futebol Infantil (CCFI) de Esposende iniciou na passada semana a edição da época 2024-2025.
Trata-se de uma iniciativa fundamental da oferta desportiva do concelho de Esposende na modalidade de futebol, pela sua abrangência e universalidade.
É um programa que já leva cerca de 2 décadas de existência e foi, durante muitos anos, algo inovador na região, pela forma de organização, pelos objetivos definidos e pela capacidade de substituir uma associação distrital pouco preocupada com os quadros competitivos das faixas etárias mais baixas.
Mas, tal como acontece com todas as iniciativas e programas, é necessário inovar, redefinir objetivos, criar desafios e lançar novas propostas.
A Associação de Futebol de Braga, pressionada pelos clubes de outros concelhos, lançou as competições lúdicas de Traquinas e Petizes, alguns clubes e escolas de futebol passaram a organizar as Ligas e Mini Ligas, alargando o convite aos clubes do distrito e o paradigma
alterou-se significativamente.
Não é por acaso que muitos clubes do concelho participam nas referidas iniciativas, deixando para segundo plano a participação no CCFI. E esta “ultrapassagem” deve-se a vários fatores.
Desde logo a diminuição do nível competitivo pela falta de aposta dos clubes com mais atletas e maior poderio desportivo. Depois, pela falta de inovação de uma competição que é igual há mais de 10 anos; ainda pela instabilidade da iniciativa que de forma recorrente adia jornadas pelo simples facto de “dar umas pingas”, como se o futebol não fosse um desporto de ar livre e, por último, pela falta de incentivo.
A maior parte dos clubes já não faz o esforço de participar, apenas a troco de uns equipamentos de 2 em 2 anos ou meia dúzia de bolas. É preciso muito mais incentivos, apoios, inovação e desafios.
E há formas simples de o fazer. Se o incentivo financeiro pode ajudar a uma maior participação, é imperioso dotar a iniciativa de desafios. Deixo uma sugestão que pode funcionar bem, sem que isso implique qualquer aumento de custos.
Muito se fala em associações de municípios, em parcerias intermunicipais, em euro regiões, entre outros conceitos que fomentam a desenvolvem territórios.
Pois bem, porque não criar, por altura de maio/junho (final da época desportiva), um torneio com os vencedores de cada escalão, de cada um dos municípios envolvidos?
Tal como aconteceu com o “Transcávado”, desafio lançado por Esposende a ouros municípios e que hoje é claramente uma aposta ganha e reconhecida a sua importância pelos concelhos que atravessa, também neste âmbito, o Município de Esposende podia ser o grande impulsionador de uma iniciativa marcante, ainda para mais, depois de deixar cair o Torneio Internacional “Esposende Cup”.
Se cada concelho desenvolvesse durante o ano os seus campeonatos concelhios de futebol infantil, fomentando e generalizando a prática desportiva dos clubes sem possibilidade de prática federada, no final teriam os vencedores por escalão, que iriam representar o concelho na final regional.
Tenho a certeza que Viana do Castelo, Barcelos, Póvoa de Varzim e Esposende, pelo menos estes, teriam a capacidade de se organizar e realizar algo marcante para as crianças dos seus municípios.
Estas fases finais podiam ser de forma rotativa, envolvendo vários espaços e clubes, criando valor, atraindo pessoas e fomentando a prática desportiva.
Obviamente que esta ideia teria de ser trabalhada com mais detalhe, mas acredito que podia ser algo de relevante em termos desportivos, para além de fazer renascer uma iniciativa que está a morrer e a perder relevância para os clubes do concelho.
Quem não gostaria de representar o concelho numa iniciativa de âmbito regional?