Os utentes do Centro de Saúde de Ponte da Barca têm manifestado crescente insatisfação face à indisponibilidade de médicos em regime de atendimento complementar ao fim de semana.
A situação, que se repete frequentemente, está a gerar um coro de protestos e queixas por parte da população, que se sente desamparada e sem soluções práticas para situações de emergência.
De acordo com a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), os constrangimentos são resultado da greve às horas extraordinárias em curso, o que impossibilita a substituição dos profissionais em falta.
A instituição reforça a recomendação para que, em casos de doença aguda, “os utentes contactem previamente a linha SNS 24 (808 24 24 24)”, para serem orientados para a unidade de saúde mais próxima e adequada.
No entanto, esta orientação nem sempre é suficiente para os utentes de Ponte da Barca, como demonstram os relatos de quem se deslocou ao centro de saúde este fim de semana.
Num domingo de tarde (14 de dezembro), por volta das 14h10, uma utente, vítima de uma queimadura numa mão, fez uma viagem de táxi de cerca de 20 quilómetros até à unidade de saúde de Ponte da Barca. Ao chegar, foi informada pela funcionária administrativa de que não havia médico disponível. Sem alternativa, a utente teve de regressar a casa e aguardar até ao dia seguinte, lamentando o esforço e os custos envolvidos na deslocação.
Casos como este têm sido recorrentes, e a população questiona quem arcará com os custos das deslocações e o impacto nas famílias de baixos rendimentos.
“Quem paga o transporte? E as pessoas com reformas pequenas que não têm condições para estas viagens?”, questiona uma residente indignada.
Na sexta-feira anterior (12), um outro utente foi orientado pelo SNS 24 a esperar até sábado para ser atendido no centro de saúde mais próximo, em Melgaço ou Paredes de Coura, a dezenas de quilómetros de distância.
Confrontado com a falta de alternativas práticas, acabou por desistir de procurar atendimento.
A população apela a uma resolução urgente para o problema, criticando a ausência de medidas concretas para colmatar a falta de médicos. “É lamentável que nos peçam para recorrer ao centro de saúde em vez dos hospitais, mas depois nem sequer há médico disponível”, desabafa um utente.